Para Abel Ferreira, o desempenho esteve dentro da expectativa para o início da temporada, o ritmo intenso da vitória sobre a Portuguesa, na estreia, foi uma exceção. O treinador voltou a comentar as cobranças de parte da torcida, e pediu confiança no processo. Questionado sobre sua motivação, reforçou ser um técnico de projetos e comparou seu trabalho ao de um visitante ilustre no estádio.
— Nunca escondi que sou um treinador de projeto. Hoje teve um senhor chamado Klopp aqui, que ganhou menos títulos em oito anos do que eu. Então, não falem de fome de títulos. Ele passou oito anos no Liverpool e conquistou menos títulos em quatro ou cinco anos do que nós. Sou de projeto, isso não muda — afirmou Abel.
— Estou aqui porque quero ganhar e vencer. O Palmeiras, para mim, é o melhor clube de longe, porque me dá reconhecimento, paga todo mundo em dia, me oferece chances de títulos e criou uma identidade. As críticas, talvez hoje, sejam merecidas, mas ninguém vai dizer como temos que fazer. O que vem de fora não vai nos afetar — completou.
Jogo truncado e desempenho abaixo
Na partida, o Palmeiras teve dificuldades na criação e só conseguiu levar mais perigo nos minutos finais, em investidas de Estêvão e Allan, mas sem sucesso nas finalizações.
— Fizemos um jogo abaixo. Muitas perdas de bola, dificuldades de adaptação ao gramado rápido, muitos passes errados, acima do normal. Talvez pelo pouco tempo de trabalho, apenas 20 dias. Fizemos um primeiro jogo contra a Portuguesa muito bom, até acima do esperado. Hoje foi dentro do que imaginávamos: cinco jogos em 20 dias — analisou Abel.
Assim como ocorreu na derrota para o Novorizontino, no último fim de semana, a partida terminou sob vaias de parte da torcida.
— Não vou ser advogado de defesa de ninguém. O Barros já está acostumado a ser criticado, já teve pichação em muro, a torcida já invadiu o CT para falar comigo. A torcida tem o direito de se manifestar, mas é importante que, no início do ano, estejamos todos do mesmo lado e confiem no que temos a fazer. Sabemos o caminho, sabemos onde queremos chegar e entendemos que sofreremos um pouco até recuperar o ritmo — disse o treinador.
Futuro no Palmeiras
Abel também foi questionado novamente sobre seu futuro no clube, após declarar que este pode ser seu último ano no comando da equipe.
— Meu futuro é no Palmeiras, não há mais nada a dizer sobre isso. Meu foco é tornar a equipe competitiva, encontrar soluções para os nossos problemas e recuperar a intensidade. Com 20 dias de trabalho e as mudanças no elenco, não esperava que tivéssemos mais dinâmica. Esse é o meu foco, nada mais. Estou no Palmeiras de coração e alma. O presente e o futuro passam pelo Palmeiras — garantiu.
O Verdão volta a campo no próximo domingo, às 18h30, para enfrentar o Guarani, no Brinco de Ouro, pela sexta rodada do Campeonato Paulista.
