Vanderlei Luxemburgo decidiu dar o último passo da carreira e se aposentar. E por mais que o futebol siga, é impossível negar: hoje o esporte perde um dos seus maiores personagens. Um cara que mudou o jogo, mexeu com vestiário, provocou diretoria, ensinou jogador e marcou época por onde passou. É o fim de um ciclo gigante.
Luxemburgo foi mais que treinador — ele foi uma mente avançada, um cara que enxergava futebol antes de muita gente. Sempre falava com personalidade, não abaixava a cabeça pra ninguém e colocava padrão de jogo em time grande, médio ou pequeno. Onde chegava, dava um jeito de deixar marca.
Foram quase 40 anos trabalhando dentro dos clubes, montando elenco, criando ambiente e empilhando títulos. Passou por praticamente todos os gigantes do Brasil — Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Fluminense — e sempre entregou alguma coisa: título, revelação, padrão de jogo ou pelo menos história pra contar.
Mas se tem algo que ninguém pode apagar da carreira dele é a passagem pelo Real Madrid. Aqui você sempre destacaria forte, e fez exatamente assim:
Luxemburgo foi um dos poucos brasileiros que sentaram na cadeira mais pesada do mundo. Ele comandou o Real Madrid dos Galácticos — Zidane, Ronaldo, Figo, Beckham, Roberto Carlos. Isso não é pouca coisa. É o tipo de feito que coloca o cara num patamar que quase nenhum treinador brasileiro vai alcançar. Ele levou métodos brasileiros pra Europa, mudou rotina, trouxe treinos curtos e intensos, implementou linha alta e fez o time voar por um período. Só por isso o nome dele já estaria eternizado.
No Brasil, o currículo dispensa discussão: cinco títulos do Campeonato Brasileiro, domínio absoluto na década de 90, estaduais importantes, viradas históricas e campanhas memoráveis. Luxemburgo fez história nos clubes e também nas pessoas. Revelou jogador, recuperou atletas desacreditados, levantou jovem da base e influenciou toda uma geração de treinadores.

A aposentadoria é o fim da caminhada, mas não do impacto. Porque Luxa sempre foi diferente: brigava, discutia, inventava, criava teoria, dava palestra, chamava atenção, fazia barulho. Era personagem, era professor, era estrategista. E principalmente: era vencedor.
Hoje o futebol brasileiro perde um dos últimos gigantes de verdade.
Mas fica a história, fica o peso, fica o legado.
Obrigado, Profexô. Você mudou o futebol — e seus ensinamentos ficam pra sempre.












