A Aston Martin confirmou nesta quarta-feira uma mudança histórica em sua estrutura para a Fórmula 1: Adrian Newey será o novo chefe de equipe a partir da temporada 2026. O lendário projetista, recém-chegado após sua saída da Red Bull Racing, assumirá o posto atualmente ocupado por Andy Cowell, que passará a liderar o departamento de estratégia e integração técnica — função estratégica no início da parceria com a Honda, futura fornecedora de motores da escuderia.
Newey, que começou a trabalhar oficialmente na Aston Martin em março, celebrou o novo cargo e destacou o desafio que se aproxima:
— Estou ansioso por assumir esta função adicional, à medida que nos colocamos na melhor posição possível para competir em 2026. Com a Aston Martin se tornando uma equipe de fábrica e as novas regulamentações, teremos uma situação totalmente nova pela frente. A nova função de Andy será fundamental na integração da unidade de potência com nossos parceiros, afirmou o engenheiro.
Transformação interna e foco em 2026
Mesmo presente no time desde o início do ano, Newey só pôde contribuir para os projetos a partir de 2026, devido às regras da categoria e ao período de transição após deixar a RBR, em maio de 2024. Para ele, a temporada seguinte será determinante para a F1, já que marcará a estreia de um novo regulamento técnico e de motores.

A saída do projetista da Red Bull ocorreu em meio a uma crise interna envolvendo denúncias de conduta imprópria contra o então chefe Christian Horner. Embora inocentado na investigação, Horner acabou demitido em 2025, movimento que se somou à debandada de outros nomes importantes como o próprio Newey e o diretor esportivo Jonathan Wheatley, hoje na Sauber.
Um dos maiores engenheiros da história
Newey iniciou sua trajetória na F1 em 1980, ainda como estagiário, no auge da era do efeito solo — conceito reintroduzido no regulamento técnico de 2022. Passou por March, Williams e McLaren, sendo responsável por carros icônicos, como o FW14B, campeão com Nigel Mansell em 1992, e o MP4/13, que levou Mika Häkkinen ao título em 1998.
Contratado pela Red Bull em 2006, tornou-se a mente por trás dos projetos que levaram Sebastian Vettel e Max Verstappen a sete títulos mundiais combinados.
Rumores e bastidores
Nos últimos dias, surgiram especulações sobre uma possível saída de Cowell, alimentadas por supostos atritos internos com Newey. Veículos como BBC e ESPN chegaram a apontar o ex-chefe da RBR, Christian Horner, como potencial substituto. No entanto, a Aston Martin reforçou que ambos permanecem no projeto e dividirão responsabilidades:
Newey liderará a equipe técnica e a operação de pista.
Cowell será responsável por otimizar a integração do novo motor Honda, que substituirá o da Mercedes a partir de 2026.
Continuidade no cockpit
A equipe confirmou ainda que manterá sua atual dupla de pilotos para 2026: Fernando Alonso e Lance Stroll seguem como titulares.
Com a chegada de Adrian Newey e o novo ciclo técnico com a Honda, a Aston Martin sinaliza uma das maiores reestruturações de sua história — e mira entrar de vez na disputa por títulos na próxima era da Fórmula 1.












