O GP de Miami deste domingo foi marcado pela vitória de Oscar Piastri pela McLaren, mas também por um atrito entre Charles Leclerc e Lewis Hamilton devido a uma troca de posições na corrida. Apesar do clima tenso entre seus pilotos, o chefe da Ferrari, Frederic Vasseur, acredita que a equipe executou bem as decisões estratégicas durante a prova.
“Entendo a frustração dos caras nos carros, mas, no final, foi tudo bem executado. Lewis estava atrás de Charles, com um composto de pneus mais macios. Nós o deixamos passar e, de acordo com nossas regras internas, fizemos a troca de volta no final. Demos a Lewis a chance de ir à frente porque seria impossível ultrapassar, e isso poderia ser uma oportunidade para ele alcançar (Andrea Kimi) Antonelli. Acho que fizemos um bom trabalho”, explicou Vasseur.
Ele continuou: “Estamos correndo pela Ferrari em primeiro lugar. Podemos argumentar que teria sido melhor fazer isso meia volta antes, ou meia volta depois, mas quando você está no pit wall, precisa entender se o carro que está atrás é mais rápido, se é por causa da asa móvel ou não. Não é uma decisão fácil. Agora, a frustração por estar no carro, eu posso entender perfeitamente. Tivemos uma conversa e tudo ficou muito mais tranquilo.”
O heptacampeão Lewis Hamilton largou em 12º lugar, quatro posições atrás de Leclerc, mas conseguiu alcançar a zona de pontuação após 23 voltas. Na volta 34, ele ultrapassou Carlos Sainz e se aproximou de seu companheiro de equipe. A dupla ferrarista havia saído dos seus respectivos pit stops com pneus médios e duros.

Hamilton começou a reclamar pelo rádio da falta de “trabalho em equipe”, e Leclerc foi orientado a inverter as posições. Na volta 40, Lewis subiu para a sétima posição. No entanto, nos giros seguintes, Hamilton não conseguiu manter o ritmo de Leclerc.
Leclerc chegou a pedir que Hamilton acelerasse, já que o ar sujo o estava prejudicando, e questionou se a Ferrari realmente tentaria ultrapassar a Mercedes representada pelo calouro Andrea Kimi Antonelli.
No giro 52, a cinco voltas da bandeirada, Hamilton, que ainda discutia com seu engenheiro pelo rádio, recebeu a ordem para inverter as posições novamente. Leclerc, então, avisou que conversariam sobre o incidente após a prova.
Após a corrida, Vasseur comentou sobre a situação: “Conversei com Lewis e posso entender perfeitamente sua frustração. Eles são campeões, querem vencer corridas. Estamos pedindo a eles que deixem o companheiro de equipe passar. Não é fácil, nunca é fácil. Assumimos a responsabilidade de fazer isso porque é a política da equipe.”
Hamilton, posteriormente, disse que não pediria desculpas pela ânsia de vencer e lamentou a demora da Ferrari em reagir à situação na pista. Vasseur não negou que a equipe poderia ter sido mais célere, mas justificou: “Você não tem 30 minutos para dar uma olhada nos dados. Você tem que decidir qual é a trilha mais rápida, seja por meio do DRS ou não. Talvez tenhamos demorado um pouco, mas levamos uma volta ou uma volta e meia para tomar uma decisão.”
Por fim, o chefe da Ferrari assegurou o vínculo de confiança com seus pilotos: “Ele (Hamilton) pode confiar em mim, eu posso confiar nele. O mesmo acontece com Charles. Quando tenho que tomar uma decisão, estou tomando uma decisão pela Ferrari com o elemento de que preciso fazer isso na hora.”