Após a derrota por 2 a 1 para o Vasco em São Januário, o técnico Pedro Caixinha avaliou que o Santos perdeu a vantagem emocional conquistada no primeiro tempo. Em entrevista coletiva, o português destacou o momento decisivo da partida na estreia do Peixe no Campeonato Brasileiro.
Controle do jogo e virada vasquina
Caixinha explicou que o time tinha domínio emocional no primeiro tempo, quando saiu na frente com gol de Álvaro Barreal:
— Teve uma coisa muito importante que nós criamos, que era ter o controle emocional do jogo. No final da primeira parte, a equipe adversária falhava em muitos passes, a equipe adversária e o público estavam incomodados. Foi com essa vantagem emocional que fomos para o intervalo — comentou Caixinha, sobre o término do primeiro tempo com o Peixe vencendo por 1 a 0, com vaias da torcida ao Vasco.
Porém, o técnico criticou a atuação no início do segundo tempo:
— Nós sabíamos que não podíamos confiar. A primeira mensagem que nós demos aos jogadores era de que tínhamos que fazer uma entrada no jogo, em particular nos primeiros 15 minutos, que fossem muito fortes, para aproveitar o momento como tínhamos terminado o primeiro tempo. É verdade que um ou outro jogador sentiu alguma dificuldade, eu não diria física, mas a sensação de que lhes faltava energia.
Substituições e falhas defensivas
O treinador revelou que Tiquinho Soares já sentia desconforto no intervalo e que Barreal e Rollheiser também apresentaram desgaste. Sobre as alterações, afirmou:
“— Não teve queda de rendimento (físico). Deixe-me analisar o GPS. Mas, se analisarmos a questão física só por isso, eu diria que é um pouco redutora. De qualquer maneira, quando a equipe não tem a bola, sofre mais e tem que correr mais. Foi o que passou, em particular, nessa entrada do jogo e nos momentos em que demos oportunidade ao adversário para dar essa resposta.

Caixinha foi enfático ao analisar o desempenho:
— O adversário aproveitou e muito bem. Uma situação do Vegetti, não na primeira bola, que ele dá assistência para o primeiro gol, porque é um jogador que, mesmo marcado, é difícil. Mas sim uma desatenção que foi o regresso dessa segunda bola. E depois, na cobrança da falta, onde tínhamos efetivamente um responsável para fazer a marcação, e um jogador com a qualidade do Vegetti não pode indiscutivelmente estar só na área, na forma como finalizou.
— A história do jogo é essa. Não é um resultado que queríamos. Em determinados momentos do jogo, fomos essa equipe que queremos ser e com essa imagem que queremos ter, mas não conseguimos ser na totalidade do jogo. Em particular, o momento do jogo eu que destaco são os dez primeiros minutos do segundo tempo, em que a equipe tinha que ter com outra maturidade, outra agressividade e outro controle do jogo para retirar ainda mais a iniciativa e o controle emocional do adversário.
Neymar e Soteldo: “Não vou falar sobre ausências”
Questionado sobre os desfalques por lesão, o técnico evitou comentários:
— Não vieram e não vou falar sobre eles. Respeitamos todos que estão aqui. Fizeram um trabalho muito meritório em termos do que é nossa apresentação. Sempre que nós não tivermos um jogador aqui, seja Neymar, seja Soteldo, não vou falar. É desrespeito com os jogadores que estiveram aqui para fazer esse esforço.
Próximo desafio
O Santos enfrenta o Bahia no domingo (6/04), às 20h30, na Vila Belmiro, buscando a recuperação no Brasileirão.