Julio Casares reconhece que sua gestão não tem agradado parte da torcida do São Paulo. Em um ano marcado por cortes de gastos e contratações pontuais sem investimento em direitos econômicos, o presidente tricolor já aprovou, apenas em 2025, a quarta venda de jovens promessas por valores inferiores a 10 milhões de euros.
No segundo mandato à frente do clube, Casares admite que a fragilidade financeira obriga a diretoria a aceitar propostas que dificilmente seriam concretizadas em outras instituições. Neste ano, o São Paulo já negociou William Gomes com o Porto (9 milhões de euros), Lucas Ferreira com o Shakhtar Donetsk (10 milhões de euros), além de Matheus Alves e Henrique Carmo com o CSKA da Rússia, ambos por 6 milhões de euros.
— Eu não vou mencionar nomes, mas tivemos jogadores que foram lançados, que eram promissores e não foram vendidos. E acabaram no âmbito esportivo. Eu recusei nesta mesa uma proposta de 6 milhões de euros por um deles. É um risco. O dinheiro não aceita desaforo — disse o dirigente, em entrevista concedida ao ge em sua sala no Morumbis.

Mesmo alvo de críticas constantes, Casares afirma estar convicto de que segue o único caminho possível para garantir fluxo de caixa positivo e alcançar superávit em dezembro. Até agora, o São Paulo arrecadou mais de R$ 200 milhões em vendas, valor muito superior ao previsto no orçamento para o período.
— Tenho que olhar para a minha consciência, para a minha convicção e aceitar com normalidade as críticas, desde que não sejam exacerbadas, mas entender que a rede social hoje traz a emoção. Não posso me preocupar com isso, senão não sentaria nesta cadeira.
— Mas não podemos entender que é vida normal ter déficit. Temos que buscar o superávit. Esse esforço vale a pena. Eu sei que é incompreensível, o torcedor quer ganhar tudo e quer contratações, mas a conta não fecha. Eu prefiro ser criticado, mas lá na frente ser julgado por uma obra feita. Espero deixar um clube com sinais de recuperação para as futuras gerações — completou.