A final feminina de simples de Roland Garros 2025 foi marcada por um confronto de altíssimo nível entre as duas principais tenistas do ranking mundial. Em uma batalha equilibrada e repleta de reviravoltas, a norte-americana Coco Gauff (2ª) venceu a belarussa Aryna Sabalenka (1ª) por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (5), 6/2 e 6/4, conquistando assim o seu primeiro título no Grand Slam francês.
Após a vitória, Gauff fez questão de agradecer o carinho do público francês, destacando a força que recebeu das arquibancadas:
— A torcida foi fundamental hoje, torceram demais por mim. Sinceramente, não sei o que fiz para merecer tanto carinho, mas sou muito grata. Achei que não conseguiria. Como diz Tyler, The Creator: ‘Se eu disse que tinha dúvidas dentro de mim, devia estar mentindo’. Foi uma partida difícil, o vento atrapalhou bastante e sabíamos que seria necessário lutar por cada ponto. No último game, fiquei muito nervosa, mas tentei me concentrar em devolver cada bola do jeito que dava, declarou.

O encontro já era aguardado com grande expectativa, pois além de colocar frente a frente a líder e a vice-líder do ranking, também valia o desempate no confronto direto entre as duas. Até então, cada uma havia vencido cinco dos dez duelos anteriores. A última vez que se enfrentaram também foi em uma final — no WTA 1000 de Madri, onde Sabalenka saiu vitoriosa.
Aos 27 anos, Sabalenka buscava seu quarto título de Grand Slam. Campeã do Australian Open em 2023 e 2024, e do US Open em 2024, a belarussa chegou à sua segunda final de Grand Slam na temporada, mas acabou novamente superada — havia perdido também a decisão do Aberto da Austrália para Madison Keys.
Por outro lado, Gauff, de apenas 21 anos, celebrou seu segundo título de Grand Slam, repetindo o feito do US Open de 2023, onde também venceu Sabalenka na final. A norte-americana se destacou ao atingir as decisões de Madri, Roma e Roland Garros no mesmo ano — sendo a mulher mais jovem a realizar tal feito. Além disso, tornou-se a jogadora mais nova a somar mais de 70 vitórias em Majors desde Maria Sharapova, em 2007.
A final também teve um peso histórico: foi a primeira vez em mais de sete anos que as duas líderes do ranking se enfrentaram em uma decisão de Grand Slam. A última vez foi no Aberto da Austrália de 2018, quando a número 2 Caroline Wozniacki derrotou a número 1 Simona Halep.
Até a decisão, Gauff havia perdido apenas um set em toda a campanha. Na semifinal, ela encerrou a surpreendente trajetória da francesa Lois Boisson, número 361 do mundo, que retornava de lesão e havia derrotado até a terceira colocada do ranking em sua campanha. Nas quartas, a norte-americana superou a compatriota Madison Keys.
Sabalenka também brilhou ao longo do torneio e foi responsável por encerrar a impressionante sequência de vitórias de Iga Swiatek em Roland Garros. A polonesa, tetracampeã no saibro parisiense, havia vencido 26 partidas consecutivas no torneio desde 2021. Antes disso, Sabalenka havia vencido Qinwen Zheng (7ª do ranking) nas quartas de final.

Na grande final, Gauff começou sacando e abriu o placar. Sabalenka reagiu rapidamente, confirmando seus serviços e quebrando o saque da adversária, chegando a liderar por 4 a 2. A norte-americana se recuperou com agressividade, empatou em 4 a 4 e levou o set ao tie-break. Apesar da pressão, Sabalenka foi mais precisa nos momentos decisivos e venceu o primeiro set por 7/6 (7/5), após 1h20min de disputa.
No segundo set, Gauff voltou com postura diferente, mais sólida e confiante. Quebrou o serviço da líder do ranking logo no início e abriu vantagem. Sabalenka até conseguiu uma quebra, mas não sustentou a reação. A norte-americana seguiu firme e fechou em 6/2, empatando a partida.
Na parcial decisiva, Sabalenka começou melhor e saiu na frente. Gauff, no entanto, manteve o foco e devolveu a quebra rapidamente. Após um ponto espetacular no terceiro game, inflamou a torcida e passou a dominar a parcial. Abriu 5/3, mas desperdiçou a chance de fechar o jogo. Ainda assim, mostrou maturidade ao retomar o controle, salvar breakpoints e fechar o set em 6/4, garantindo o título inédito.
A vitória consagra Coco Gauff como uma das grandes protagonistas da nova geração do tênis feminino e reforça sua condição de candidata ao topo do ranking. Já Sabalenka, apesar da derrota, reafirma sua consistência entre as melhores do mundo.