A Conmebol apresentará nesta quinta-feira (2), em Zurique, durante reunião do Conselho da Fifa, a proposta para ampliar o número de seleções na Copa do Mundo de 2030. A confederação sul-americana deseja que o torneio conte com 64 equipes, acima das 48 já confirmadas para a edição de 2026. A medida, porém, deve enfrentar forte oposição.
A ideia da Conmebol é que a América do Sul tenha maior protagonismo na competição. Pelo projeto, Argentina, Paraguai e Uruguai receberiam cada um a fase de um grupo, totalizando 18 partidas no continente. Atualmente, estão previstas apenas três partidas em solo sul-americano, em celebração aos 100 anos da primeira Copa, disputada no Uruguai. Montevidéu será sede da abertura, enquanto Buenos Aires e Assunção receberão os outros jogos. O restante do Mundial ocorrerá em Portugal, Espanha e Marrocos.

Na semana passada, em Nova York, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, entregou o projeto de ampliação diretamente ao presidente da Fifa, Gianni Infantino. A proposta prevê a criação de 16 novas vagas, o que elevaria de 104 para 128 o número total de partidas da competição.
Apesar do esforço, a resistência é grande. A Uefa, sob liderança de Aleksander Čeferin, é a principal opositora e argumenta que o aumento traria problemas logísticos para a Copa e para as eliminatórias. A Concacaf (Américas do Norte, Central e Caribe) e a AFC (Ásia) também se posicionaram contra. O presidente da entidade asiática, o xeque Salman Bin Ibrahim Al Khalifa, classificou a proposta como “caótica”.
Juntas, essas três confederações somam 20 dos 37 votos do Conselho da Fifa, maioria suficiente para barrar o plano sul-americano. Diante disso, dirigentes da Conmebol admitem um “Plano B”: negociar a realização de mais partidas na América do Sul, mesmo sem aumento do número de seleções. A alternativa, no entanto, teria como consequência a retirada de jogos da Espanha, de Portugal e do Marrocos, algo considerado improvável.
A reunião do Conselho da Fifa está marcada para as 11h locais (6h de Brasília). A delegação sul-americana em Zurique conta com Alejandro Domínguez, vice-presidente da entidade, além de Maria Sol Muñoz (Equador), Ramón Jesurún (Colômbia), Ignácio Alonso (Uruguai) e Claudio Tápia (Argentina). Tápia ocupa a vaga que pertencia ao Brasil até maio, quando Ednaldo Rodrigues deixou a presidência da CBF.