O Corinthians trabalha intensamente nos bastidores para garantir a liberação da Neo Química Arena com capacidade máxima para o retorno do Campeonato Brasileiro, previsto para daqui a cerca de um mês. Isso porque, desde o último domingo, passou a vigorar a exigência do uso de reconhecimento facial em estádios com mais de 20 mil lugares — uma tecnologia ainda ausente na casa corintiana.
Funcionários e dirigentes do clube estão em diálogo direto com representantes da Polícia Militar, responsável pela fiscalização, e com o Ministério Público, buscando demonstrar comprometimento em cumprir a nova legislação. Um cronograma detalhado para a instalação do sistema foi apresentado, como forma de obter apoio institucional.
Em reunião realizada na segunda-feira, o clube explicou que o atraso na implementação se deve a decisões da antiga gestão e à recente mudança na presidência, ocorrida no início do mês. Segundo os dirigentes, 145 novas catracas já foram adquiridas, e o processo de cadastramento facial dos sócios-torcedores está em andamento.

Apesar dos avanços, a diretoria reconhece que o sistema não estará completamente funcional até o dia 13 de julho, quando o Timão recebe o Red Bull Bragantino pela 17ª rodada do Brasileirão. A solução encontrada foi um plano de implementação progressiva, com a tecnologia sendo ativada por setores a cada jogo, ao longo de sete partidas.
Extraoficialmente, o clube já foi informado de que, sem o sistema, o estádio só poderá receber até 20 mil torcedores. No entanto, o Corinthians ainda aposta em duas alternativas jurídicas para evitar essa limitação: a prorrogação do prazo por mais três meses ou a interpretação de que o simples cadastro dos torcedores já atende ao exigido pela lei, mesmo que a leitura facial na entrada ainda não esteja em funcionamento.
Internamente, há otimismo quanto à resolução do impasse, mas o clube admite trabalhar com a possibilidade de atuar para público reduzido, cenário considerado prejudicial tanto esportiva quanto financeiramente.
Para agilizar o processo, o número de funcionários responsáveis pelo suporte aos torcedores foi quase dobrado. Campanhas de comunicação estão sendo elaboradas para orientar o público sobre como realizar o cadastro facial corretamente.
Outro obstáculo no caminho do clube é a manutenção do gramado da Neo Química Arena, que impede a realização de eventos-teste, como treinos abertos ou amistosos, durante a pausa do calendário.
Vale lembrar que os clubes tiveram dois anos para se adequar à Lei Geral do Esporte, que determina o uso do reconhecimento facial nos estádios. A norma foi publicada em 14 de junho de 2023. Mesmo assim, o Corinthians demorou a definir o fornecedor da tecnologia, enfrentando impasses internos entre diferentes empresas.
Com a recente troca na presidência — a saída de Augusto Melo e a entrada de Osmar Stabile —, o clube rompeu o contrato com a empresa Bepass e firmou parceria com a Ligatech. Desde segunda-feira, o cadastro biométrico dos torcedores já pode ser feito no site oficial do programa Fiel Torcedor:
👉 https://www.fieltorcedor.com.br/minha-conta/cadastro-incompleto/