Verdão supera adversidade inicial com atuação de gala no segundo tempo e elimina gigante argentino no Allianz Parque A noite mágica no templo alviverde
Em uma das noites mais emocionantes da temporada 2025, o Allianz Parque foi palco de mais um capítulo heroico na história palmeirense na Conmebol Libertadores. Diante de 40.893 torcedores apaixonados que criaram uma atmosfera ensurdecedora, o Verdão protagonizou uma virada cinematográfica contra o tradicional River Plate, vencendo por 3 a 1 e carimbando o passaporte para as semifinais da principal competição sul-americana.
A classificação não veio fácil. O time comandado por Abel Ferreira precisou demonstrar toda sua força mental e técnica para superar a desvantagem inicial imposta pelos argentinos, transformando uma noite que começou tensa em uma celebração inesquecível da torcida palmeirense.
### Primeiro tempo: River Plate aproveita início fulminante
A partida começou com o River Plate demonstrando por que é considerado um dos gigantes do futebol sul-americano. Os argentinos, necessitando reverter a vantagem palmeirense do jogo de ida, partiram para cima desde os primeiros minutos, pressionando a saída de bola alviverde e criando um ambiente de tensão no Allianz Parque.
Aos 7 minutos, em um lance que silenciou momentaneamente a torcida palmeirense, veio o gol que mudaria completamente o panorama da partida. Quintero, com sua reconhecida qualidade técnica, cobrou uma falta milimétrica na direção da primeira trave. Ali, Salas mostrou oportunismo de atacante experiente, antecipando-se à marcação palmeirense com um movimento preciso e subindo com autoridade para conectar um cabeceio certeiro e potente que não deu chances para Weverton.
O gol argentino funcionou como um balde de água fria sobre as pretensões palmeirenses. O Verdão, que até então controlava as ações iniciais, viu-se obrigado a repensar sua estratégia diante de um adversário que, motivado pela vantagem no placar, passou a defender com mais organização e apostar em contra-ataques letais.
A resposta palmeirense não demorou a aparecer. Aos 12 minutos, em uma das poucas oportunidades claras criadas na etapa inicial, Andreas Pereira demonstrou sua qualidade na bola parada, cobrando um escanteio preciso na segunda trave. Murilo, sempre presente no jogo aéreo, subiu bem e cabeceou para baixo, mas encontrou um Armani inspirado, que fez uma defesa espetacular para manter a vantagem argentina.
A partir daí, o Palmeiras assumiu a posse de bola, circulando com paciência e tentando encontrar espaços na retranca bem montada do River Plate. No entanto, os argentinos se mostraram extremamente disciplinados taticamente, fechando os espaços centrais e obrigando o Verdão a tentar infiltrações pelas laterais, que raramente resultavam em finalizações perigosas.
O primeiro tempo ainda reservou um susto para a torcida palmeirense. Nos acréscimos, Castaño protagonizou um lance que poderia ter definido prematuramente a classificação. O meio-campista argentino aproveitou um vacilo defensivo, ficou cara a cara with Weverton e tentou um drible que quase resultou no segundo gol. Felizmente para o Palmeiras, o goleiro brasileiro mostrou reflexos felinos, conseguindo desarmar o adversário e evitar um cenário ainda mais complicado para o intervalo.
### Segundo tempo: A ressurreição alviverde
Se o primeiro tempo terminou com preocupação no semblante dos torcedores palmeirenses, o segundo tempo começou com Abel Ferreira claramente tendo encontrado as palavras certas no vestiário. O Verdão voltou com uma postura completamente diferente: mais agressivo, mais vertical e, principalmente, com a confiança renovada.
A virada começou a ser construída aos 5 minutos da etapa final, em um lance que exemplificou perfeitamente o espírito de luta palmeirense. Piquerez, sempre fundamental nos momentos decisivos, fez um cruzamento milimétrico pela esquerda, encontrando Vitor Roque na área. O jovem atacante, em boa posição, cabeceou com força em direção ao gol, mas Armani fez uma primeira defesa parcial. No entanto, o rebote sobrou exatamente nos pés de Vitor Roque, que não desperdiçou a oportunidade e empurrou para o fundo das redes, fazendo o Allianz Parque explodir em comemoração.
O gol de empate transformou completamente a dinâmica da partida. O Palmeiras, liberto da pressão psicológica, passou a jogar com mais fluidez e criatividade, enquanto o River Plate se viu obrigado a sair mais para o jogo, abrindo espaços que antes não existiam.
Os minutos seguintes foram de alternância de emoções. O Verdão criou algumas oportunidades claras, mas também viu Weverton ser exigido em algumas investidas argentinas. O goleiro palmeirense, em noite inspirada, fez defesas importantes que mantiveram o empate e a esperança de classificação viva.
O momento decisivo: pênalti e explosão palmeirense
Aos 41 minutos, veio o lance que definiria não apenas a partida, mas toda a eliminatória. Facundo Torres, em uma de suas típicas jogadas de velocidade, foi lançado em profundidade pelo meio-campo palmeirense. O uruguaio invadiu a área com determinação e, quando se preparava para finalizar, foi derrubado por um defensor argentino em um pênalti inequívoco que fez o estádio inteiro levantar em expectativa.
Flaco López, o artilheiro argentino naturalizado paraguaio, assumiu a responsabilidade da cobrança. Com a frieza de um batedor experiente, o atacante deslocou Armani e converteu a penalidade máxima, fazendo o Allianz Parque literalmente tremer com a comemoração ensurdecedora de mais de 40 mil palmeirenses.
Mas López não havia terminado sua obra-prima. Aos 46 minutos, em um lance que será eternamente lembrado pelos torcedores palmeirenses, o atacante recebeu um passe de costas para a defesa argentina. Com uma habilidade impressionante, tirou de letra, ganhou espaço e soltou uma pancada violenta. A bola ainda desviou em um defensor antes de morrer no ângulo superior de Armani, que nada pôde fazer diante da qualidade técnica do atacante.
O terceiro gol foi a cereja do bolo de uma noite mágica, selando uma classificação que pareceu improvável após o gol inicial argentino, mas que se tornou realidade através da determinação, qualidade técnica e apoio incondicional da torcida palmeirense.
Abel Ferreira: O mestre das semifinais
A classificação representa mais um feito notável na trajetória de Abel Ferreira à frente do Palmeiras. O técnico português chegou à sua quinta semifinal de Libertadores em seis participações, consolidando-se como um dos grandes especialistas na competição continental.
Desde sua chegada ao Verdão, Abel demonstrou uma capacidade única de preparar a equipe para os grandes momentos, especialmente em jogos eliminatórios da Libertadores. Com dois títulos já conquistados (2020 e 2021) e agora mais uma semifinal garantida, o comandante português reafirma seu status de “Senhor Libertadores”.

A única vez que não conseguiu chegar às semifinais foi em 2024, quando o Palmeiras foi eliminado pelo Botafogo nas oitavas de final. No entanto, essa decepção parece ter servido como combustível adicional para a campanha atual, que tem o time alviverde novamente entre os quatro melhores da América do Sul.
A próxima batalha: São Paulo ou LDU
Nas semifinais, o Palmeiras aguarda a definição do confronto entre São Paulo e LDU, que se enfrentam no Morumbis. O time equatoriano leva vantagem após vencer o jogo de ida por 2 a 0 em Quito, mas o futebol já provou inúmeras vezes que no Morumbis, assim como no Allianz Parque, os resultados podem ser completamente revertidos.
Independentemente do adversário, o Palmeiras chega às semifinais com moral renovada e a confiança de quem sabe jogar os momentos decisivos. A torcida palmeirense, que mais uma vez demonstrou sua força e paixão, já projeta uma nova final de Libertadores e sonha com o terceiro título sob o comando de Abel Ferreira.
O espetáculo da torcida
Não se pode contar a história dessa noite sem mencionar o papel fundamental da torcida palmeirense. Os 40.893 presentes no Allianz Parque criaram um mosaico espetacular antes do jogo e mantiveram o apoio incondicional durante todos os 90 minutos, especialmente nos momentos mais difíceis do primeiro tempo.
A renda de R$ 4.244.260,40 reflete não apenas o sucesso financeiro do evento, mas principalmente o comprometimento de uma torcida que faz do Allianz Parque uma fortaleza na América do Sul. Em noites como essa, fica evidente por que o estádio palmeirense é considerado um dos mais temidos pelos adversários que visitam São Paulo.
Conclusão: Uma noite para a eternidade
O Palmeiras 3 x 1 River Plate ficará marcado como mais uma das grandes noites da história recente do clube. Foi uma partida que teve todos os elementos de um clássico da Libertadores: tradição, qualidade técnica, drama, virada e, principalmente, a magia que só essa competição consegue proporcionar.
Para o Verdão, é mais um passo em direção ao sonho do tricampeonato da Libertadores. Para a torcida palmeirense, é mais uma noite inesquecível no templo sagrado do Allianz Parque. E para o futebol sul-americano, é mais uma prova de que a Conmebol Libertadores continua sendo a competição de clubes mais emocionante do continente.