Diretores do São Paulo pedem licença após vazamento de áudio sobre venda ilegal de camarote

Áudio revelado pelo ge aponta esquema de comercialização clandestina envolvendo dirigentes do clube

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Morumbis, estádio do São Paulo, é citado em investigação interna após vazamento de áudio sobre venda ilegal de camarotes — Foto: São Paulo FC / Instagram

Dois diretores do São Paulo pediram licença de seus cargos nesta segunda-feira (15) após a divulgação de um áudio que aponta um esquema de venda ilegal de camarotes do Morumbis durante shows. O caso foi revelado pelo ge, que teve acesso à gravação.

Douglas Schwartzmann, então diretor adjunto de futebol de base, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos, aparecem no áudio discutindo a comercialização clandestina de um camarote utilizado em eventos no estádio, incluindo o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro deste ano. Na conversa, Schwartzmann admite que houve ganho financeiro por parte dos envolvidos.

O camarote citado é o 3A, localizado no setor leste do Morumbis e registrado internamente como “sala da presidência”. Segundo a reportagem, o espaço teria sido repassado para exploração comercial por uma intermediária, que vendeu ingressos por valores que chegaram a R$ 2,1 mil. O faturamento estimado apenas com esse camarote foi de R$ 132 mil.

Ainda de acordo com o áudio divulgado pelo ge, Schwartzmann afirma que o superintendente do clube, Marcio Carlomagno, tinha conhecimento do caso e que o camarote foi concedido a Mara Casares por ele. Carlomagno é braço direito do presidente Julio Casares e um dos principais nomes da atual gestão.

Em nota oficial, o São Paulo informou que tomou conhecimento do conteúdo por meio da imprensa e que irá apurar os fatos internamente. O clube afirmou ainda que adotará as medidas necessárias após a conclusão da análise. Horas depois da publicação da reportagem, Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de suas funções.

Os dois dirigentes negam irregularidades e alegam que o áudio foi retirado de contexto, atribuindo a divulgação a disputas políticas internas. Já o movimento de oposição “Salve o Tricolor Paulista” pediu o afastamento cautelar dos envolvidos, incluindo o presidente Julio Casares e o superintendente Marcio Carlomagno, para garantir uma apuração independente.

O caso segue sob investigação interna no clube.