O presidente da Fórmula 1, Stefano Domenicali, lamentou o ataque aéreo realizado por Israel no Catar, na última terça-feira (9), que deixou cinco mortos a cerca de 18 km do Circuito Internacional de Lusail, palco do GP do Catar. Apesar da proximidade do ocorrido com o local da corrida, marcada para 30 de novembro, o dirigente italiano afastou a possibilidade de mudanças no calendário.
“É tudo muito trágico, muito difícil. Estamos acompanhando a situação de perto, mas ainda não há motivos para considerar que isso seja uma preocupação para a corrida. Esperamos que o esporte traga positividade”, disse Domenicali em entrevista ao jornal inglês The Observer.

O ataque israelense, realizado em parceria com sua agência de inteligência, tinha como alvo chefes do Hamas. Entre as vítimas, segundo o grupo, estaria o filho de um dos negociadores do acordo com o governo de Benjamin Netanyahu. O governo catari confirmou ainda a morte de um membro da Força de Segurança Interna do país.
Não é a primeira vez que a Fórmula 1 se vê diante de conflitos no Oriente Médio. Em 2022, o GP da Arábia Saudita foi marcado por tensão após bombardeios do grupo houthi, do Iêmen, a menos de 10 km do Circuito de Jeddah. A fumaça foi vista do autódromo, e os pilotos chegaram a realizar uma reunião de quatro horas antes de a categoria decidir manter a prova.
Domenicali ressaltou a importância global da Fórmula 1 e defendeu o papel do esporte como instrumento de diálogo.
“Somos o único esporte mundial que, todos os anos, percorre o planeta e encontra-se com primeiros-ministros, reis e líderes importantes. Minha esperança é que, por meio da F1, possamos também discutir o cenário global de uma forma que o esporte consiga unificar o mundo em que vivemos”, declarou.
Enquanto monitora a situação no Catar, a Fórmula 1 se prepara para retomar a temporada 2025 com o GP do Azerbaijão. O país, que já esteve em conflito com a Armênia pela região de Nagorno-Karabakh, anunciou recentemente um acordo de paz.