O técnico Dorival Júnior admitiu que “o caminho ainda não é o ideal” e que não está completamente satisfeito com o desempenho da Seleção Brasileira. No entanto, considerou justa a vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, nesta quinta-feira, em Brasília, e destacou a evolução da equipe.Com esse resultado, o Brasil alcançou a segunda colocação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, ainda aguardando o desfecho da 13ª rodada.
– Eu acho que, primeiro, foi uma vitória muito importante pelo momento e situação, mas acima de tudo pelo processo que vem melhorando a cada momento. Temos acompanhado o processo, fortalecido tudo o que os jogadores vem realizando. O caminho não é o ideal, mas caminhamos para uma melhora considerável a cada rodada. Enfrentamos um time muito difícil, organizado – analisou o treinador.
O treinador também comentou sobre as dificuldades enfrentadas ao longo da partida e as mudanças táticas necessárias:
– Tivemos que mexer no meio do jogo, em uma partida de velocidade absurda, até que o jogador se adapte, você tem que ter um tempo. É óbvio que não tivemos esse momento. Mas na realidade acho que a vantagem que a equipe colombiana teve a partir dessa substituição é que eles mudaram a forma de marcação, porque nós estávamos encontrando vários espaços. Eles buscaram uma alteração, tentamos nos corrigir, às vezes isso é difícil, você não consegue passar uma informação com clareza. Os nossos dois jogadores da saída de bola viraram alvo fácil da marcação. Praticamente com o volante adversário ficando livre. O Alisson passava muito tempo com a bola nos pés porque não tínhamos opções. Foi isso que aconteceu. No intervalo, fizemos uma alteração importante, nos posicionamos novamente e tivemos um volume suficiente que merecemos o resultado – completou Dorival.
Dorival destacou ainda os desafios das Eliminatórias e a falta de tempo para treinos:
– Procuro olhar pra frente. Se temos que lamentar, são os resultados anteriores, que merecemos vencer e não conseguimos os dois resultados. A equipe vem evoluindo, vem melhorando, eu tenho dito isso. As Eliminatórias, com exceção das etapas com o Tite, nunca foram tranquilas, nunca foram fáceis. Sempre foram etapas bem complicadas, me lembro de classificações decididas nas últimas rodadas. Uma em Porto Alegre, num jogo memorável. O futebol sul-americano evoluiu, as disputas são muito grandes. Olhamos aí as qualidades do time colombiano, e temos que valorizar a nossa vitória. A nossa equipe vem num processo de formação, a deles, não. Estamos dando algo diferente daquilo que vinha sendo apresentado. Temos que tentar acelerar isso. Para quem ficou quatro meses sem ver esse jogadores, vendo a entrega e a dedicação deles, a torcida vibrando e apoiando o time, sem vaiar em momento nenhum. Se olharmos bem, a maioria desses jogadores não tem 40 partidas pela Seleção. Alguns deles têm três ou quatro participações. O próprio treinador, deve estar na 15ª – disse Dorival, antes de arrematar:
Apesar da vitória, Dorival reforçou que não há motivo para satisfação plena:
– Ninguém está satisfeito ou aliviado com nada. Nossa preocupação é constante e continuará sendo, se Deus quiser, até a Copa do Mundo.
O próximo desafio da Seleção será na terça-feira, contra a Argentina, em Buenos Aires. Para essa partida, Dorival não contará com o zagueiro Gabriel Magalhães e o meio-campista Bruno Guimarães, ambos suspensos. Além disso, Gerson, que saiu com dores na coxa, é dúvida, assim como o goleiro Alisson, que sofreu um choque de cabeça no duelo contra a Colômbia.
– Nós já estamos começando a estudar (substitutos), buscando alternativas. Espero que o mais rápido possível nos posicionemos a respeito das alterações. Vamos tentar priorizar aqueles que já estão no país. Dentro de uma necessidade, aí sim buscaremos nomes de fora.
Na lista de pré-convocados, as opções para a defesa são Fabrício Bruno, Beraldo e Alexsandro. Para o meio-campo, os nomes disponíveis incluem João Gomes, Ederson, Andreas Pereira e Alisson.
Dorival descarta alívio com a vitória
Questionado sobre a possibilidade de a vitória trazer alívio, o treinador rejeitou a ideia:
– O que eu não quero é justamente essa aí: não existe alívio. Não quero essa palavra. Temos que manter nossa concentração e foco para o jogo seguinte. Vamos buscar fazer um grande jogo lá dentro, independente das nossas perdas, de três ou quatro jogadores. Vamos fazer um grande jogo perante um adversário muito difícil. Não tenho dúvidas disso. Teremos uma equipe que vai buscar jogar de igual para igual, contra um adversário dos mais difíceis, o atual campeão mundial.
