Dudu é suspenso por seis jogos e multado em R$ 90 mil por ataques a Leila Pereira

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O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu o atacante Dudu, do Atlético-MG, por seis partidas e aplicou multa de R$ 90 mil após ofensas proferidas contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, nas redes sociais. As declarações foram feitas em janeiro deste ano.

A decisão foi unânime entre os membros da 5ª Comissão Disciplinar e foi tomada em sessão realizada na manhã desta sexta-feira, no Rio de Janeiro. Conforme determina o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, a penalidade tem aplicação imediata, o que impede o atleta de atuar já na próxima partida contra o Palmeiras, marcada para domingo, às 17h30, pelo Campeonato Brasileiro. A defesa do jogador ainda pode recorrer.

A denúncia foi feita pelo procurador Ronald Barbosa Filho, que classificou a conduta de Dudu como “gravíssima”. O caso foi enquadrado no artigo 243-G do CBJD, que trata de atos discriminatórios, ultrajantes ou ofensivos com base em raça, gênero, cor, origem, idade ou condição de deficiência.

Foto: Gilson Lobo/AGIF

A pena prevista nesse artigo varia de cinco a dez partidas de suspensão, além de multa de R$ 100 a R$ 100 mil. A relatora do processo, Renata Baldez, sugeriu a suspensão de seis jogos e multa de R$ 60 mil, voto acompanhado pelos auditores Ramon Rocha e Raoni Vita. No entanto, o presidente da comissão, Paulo Ceo, propôs o aumento da multa para R$ 90 mil, levando em conta a realidade financeira do jogador.

A sessão durou cerca de quatro horas e contou com depoimentos de Leila Pereira e representantes da União Brasileira de Mulheres, entidade que apresentou a denúncia ao STJD. Estiveram presentes também os advogados Carlos Nicodemos, pela UBM, e José Eduardo Coelho Branco Junqueira Ferraz, defensor de Dudu.

Dudu não compareceu presencialmente ao julgamento, justificando sua ausência por estar em viagem à Colômbia com o Atlético-MG, em razão do jogo contra o Bucaramanga pela Copa Sul-Americana. Em vídeo enviado à comissão, o atleta pediu desculpas pelo ocorrido:

— Gostaria de justificar minha ausência por estar cumprindo compromissos profissionais. Aproveito para pedir desculpas a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelas palavras que escrevi. Foi um erro — disse Dudu.

Durante a sessão, Leila Pereira criticou duramente o jogador, lamentando sua ausência e classificando sua atitude como covarde:

— Quem sofre agressão precisa denunciar, porque os agressores são covardes. A maior prova disso é o que estou vivendo aqui. Fui atacada por esse atleta, e ele sequer teve a coragem de comparecer. Preferiu gravar um vídeo ensaiado, provavelmente lido de um teleprompter — declarou a dirigente.

Após a decisão do tribunal, a presidente do Palmeiras se manifestou por meio de nota oficial:

— A punição imposta pelo STJD é histórica e representa uma conquista para todas as mulheres que enfrentam agressões e desrespeito diariamente. Essa sentença tem caráter educativo e envia um recado claro: a violência contra a mulher não será tolerada. Não vamos nos calar! — afirmou.

A relação entre Dudu e Leila Pereira já era turbulenta desde o fim de 2023, quando o jogador rescindiu contrato com o Palmeiras após desistir de um acordo com o Cruzeiro. Na época, Leila afirmou que o atacante “saiu pela porta dos fundos”.

Foto: Reprodução

Em resposta, Dudu publicou uma mensagem ofensiva nas redes sociais, marcando o perfil da presidente: “O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pelas portas do fundo! Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC.”

Em entrevistas posteriores, Leila reforçou que acredita que as atitudes do atleta foram motivadas por misoginia:

— Tenho certeza de que ele só fez isso porque sou mulher. Se eu fosse homem, ele jamais teria tido essa postura. Nunca houve algo semelhante no futebol brasileiro — afirmou.

O caso agora segue na esfera judicial. Leila Pereira move uma ação civil contra Dudu. Por sua vez, o atacante apresentou uma queixa-crime contra a dirigente na semana passada, alegando difamação e injúria.

A ação penal tramita na 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo. A audiência está agendada para o dia 26 de agosto.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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