O primeiro lugar em Zandvoort aliado com a quebra de seu companheiro de equipe, Lando Norris, o coloca com 34 pontos de vantagem na liderança do Mundial, com apenas nove das 24 etapas do calendário para o final.
Mesmo que enfrente alguma dificuldade em uma próxima corrida, a tendência é que o australiano possa administrar esta vantagem, já que a superioridade da McLaren é tamanha que, mesmo em um GP complicado, Piastri terá poucas dificuldades para alcançar ao menos o segundo lugar. E é claro que, pelo que vimos até agora em 2025, pode ser que Norris emende uma sequência enorme de vitórias sobre o companheiro de equipe – o equilíbrio entre os dois tem sido bem maior do que em anos anteriores.
Tanto que, na Holanda no ano passado, onde Norris dominou a prova e Piastri teve dificuldades, desta vez o australiano conseguiu a pole e dominou a corrida de forma relativamente tranquila, mesmo com diversas relargadas com o safety car.
Então já é possível cravar que Piastri será o campeão do mundo em 2025? A resposta é não justamente por conta do que aconteceu neste domingo em Zandvoort. O automobilismo é imprevisível por depender também da máquina e, embora os carros da F1 hoje tenham uma confiabilidade muito alta (incomparável com a dos anos 1980 e 1990, por exemplo), pequenos problemas ainda podem deixar um piloto com zero pontos em uma corrida.
Aconteceu com Norris, e pode acontecer com Piastri. Mas a vantagem psicológica de 34 pontos na tabela já vai jogar a favor de Piastri em Monza, onde o britânico deve ser mais agressivo para tentar emendar uma sequência de vitórias sobre seu companheiro de equipe – e, com isso, estará mais sujeito a erros tanto na classificação quanto na corrida. Por isso o GP da Holanda pode ser o marco definitivo da caminhada de Piastri rumo ao seu primeiro título mundial.
Será interessante ver o quanto outros pilotos poderão ajudar Norris a roubar pontos de Piastri – caso com certeza de Max Verstappen. Como a gente previu, o holandês fez uma largada bem agressiva e conseguiu ultrapassar a McLaren de Norris – que retomou a posição algumas voltas depois. Em todo caso, o holandês parecia muito feliz com o segundo lugar, algo que é raro em campeões como ele. Com certeza o fato deste inesperado segundo posto vir em casa e sabendo da dificuldade de seu carro para lutar contra as McLarens ajudou a tornar o domingo aqui em Zandvoort positivo para ele.
Com a equipe subsidiária da RBR, o francês foi uma grata surpresa do final de semana, a começar com um ótimo quarto lugar no grid, e também conseguir sustentar esta posição mesmo em uma corrida movimentada, com muitas entradas do Safety Car e muitas estratégias diferentes. Será que Max Verstappen terá em breve um novo companheiro de equipe? E será que a mudança seria boa para Hadjar? Por enquanto, nada muda na RBR.
Embora eles tenham melhorado um pouco o desempenho, principalmente no caso de Lewis Hamilton, tanto o inglês quanto Charles Leclerc abandonaram a corrida por conta de acidentes e iniciam a semana mais importante do ano para a Ferrari (a do GP da Itália de F1) com um clima bem difícil – mas em Monza, na Ferrari, tradicionalmente a equipe dá um jeito de reverter isso.
Foi um GP difícil também para a Sauber, tanto para Nico Hulkenberg quanto para Gabriel Bortoleto, que ficaram fora dos pontos. A Sauber vinha de seis corridas seguidas entre os dez primeiros, mas dessa vez a equipe perdeu outra boa oportunidade de terminar na zona de pontos – tanto que Lance Stroll, que estava atrás dos dois no começo da prova, terminou em sétimo.
Na conversa após a corrida aqui em Zandvoort, Bortoleto acredita que uma série de fatores o impediram de lutar por pontos, a começar pelo problema na embreagem que enfrentou na largada e também o momento dos pit stops – particularmente quando ele ficou de fora e a maioria dos seus rivais aproveitou o safety car para parar, trocar pneus e perder menos tempo.