O técnico Abel Ferreira não conteve a emoção após a classificação do Palmeiras para a final da Conmebol Libertadores. O Verdão protagonizou uma das maiores viradas da história da competição ao reverter a derrota por 3 a 0 no jogo de ida da semifinal e golear a LDU por 4 a 0, nesta quinta-feira (30), no Allianz Parque. Com o resultado, o time alviverde garantiu vaga na decisão contra o Flamengo.
Emocionado, o treinador português desabafou sobre o peso da pressão e a constante necessidade de provar seu valor no comando da equipe.
“Eu ainda não consigo desfrutar das vitórias. Penso que todos os dias tenho que provar que mereço estar onde estou. O futebol é ganhar, perder e empatar, e talvez por isso eu seja um mau perdedor. Hoje o sentimento é de alívio. Quero agradecer a todos que estão comigo e, especialmente, abraçar minha filha, que está em Portugal”, declarou, com lágrimas nos olhos.

Abel também destacou a importância da família e a dificuldade em lidar com as próprias emoções.
“Família, pra mim, é a base de tudo. Eu chorei e estou chorando agora. Não gosto de mostrar meu lado mais fraco, mas é um alívio enorme. É isso que posso dizer: um grande alívio”, completou o treinador.
Após o apito final, o técnico permaneceu por alguns minutos no gramado do Allianz Parque, visivelmente emocionado com o resultado e a reação da torcida, que lotou o estádio para empurrar o time rumo à decisão.
Com contrato válido até o fim de 2026, Abel ainda não assinou a renovação com o clube. O português revelou que chegou a repensar sua permanência após críticas recebidas de parte da torcida, especialmente após a eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil.
“Não preciso assinar contrato. A Leila [Pereira, presidente do Palmeiras] sabe o que eu quero. Fiquei muito magoado com o que ouvi de uma parte da torcida. Houve clubes que já me ligaram de todos os lados”, afirmou.
O treinador também fez um desabafo sobre a rotina no futebol brasileiro e o relacionamento com a imprensa.
“É duro estar no Brasil, não pelo clube, mas porque vocês, jornalistas, às vezes passam do ponto. Isso me faz refletir se quero continuar. O Palmeiras é um oásis: tem estrutura, tem organização. Gosto de estar aqui, e mesmo sem nada assinado, para mim, basta a palavra”, concluiu.









