Niels Wittich deixou cargo nesta terça-feira. Desde a morte de Charlie Whiting, em 2019, função passou a ser mais observada pelo público e centralizou uma série de controvérsias na categoria
A morte de Charlie Whiting na véspera do GP da Austrália de 2019 pôs fim à estabilidade de mais de 20 anos da função de diretor de provas da F1. Desde então, os holofotes sobre o cargo e seus ocupantes só cresceram, com mais uma mudança prevista ainda para esta temporada: a saída de Niels Wittich após dois anos na função.
O antecessor do alemão, que veio do campeonato nacional de turismo (DTM), foi o australiano Michael Masi – centro do polêmico GP de Abu Dhabi que encerrou a temporada 2021 com o primeiro título de Max Verstappen. O oficial foi dispensado do cargo em resposta à controvérsia.
O australiano assumiu o posto em 2019, na véspera do GP da Austrália: o motivo? A repentina morte do então diretor Charlie Whiting. Vítima de embolia pulmonar aos 66 anos, na quarta-feira que antecedeu a corrida em Melbourne para a qual havia viajado, o britânico ocupava a função desde 1997. Na época, ele substituiu o belga Roland Bruynseraede, que atuou na F1 de 1988 a 1995.
Bruynseraede, por sua vez, veio após o britânico Derek Ongaro, inspetor da FISA (Federação Internacional de Automobilismo Esportivo) em um cargo equivalente entre os anos de 1980 e 1986.
O trabalho de um diretor
O diretor de provas é a ligação entre o livro de regras da F1 e as corridas – pilotos e pistas. É ele quem orienta cada etapa das sessões, como treinos, procedimentos de largada, contato com os fiscais de pista, paralisações, as condições do asfalto, bandeiras vermelhas e amarelas e a entrada do safety car. Também faz parte de sua responsabilidade gerenciar o cronograma da etapa.
Antes de cada fim de semana, o diretor emite aos pilotos e equipes um documento com orientações para o grande prêmio, que pode incluir regras específicas exigidas para aquela corrida, curvas cujos limites de pista serão monitorados, e outros processos que fazem parte do GP.
Toda sexta-feira, após os treinos, há uma reunião de pilotos com o diretor de corridas. Às quintas, o ocupante do cargo também conversa com os diretores esportivos das equipes, mantendo contato com eles ao longo do fim de semana e até durante uma corrida. O diretor também atua ao lado do clerk of the course, o Secretário do Circuito.
Não é função do diretor de provas a análise e aplicação de punições aos pilotos; esta, cabe aos comissários eleitos para cada corrida. O diretor de provas, porém, pode sinalizar aos comissários algum lance que deva ser investigado por eles.
