Fifa firma acordo com fundo saudita para financiar infraestrutura esportiva em países em desenvolvimento

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A Fifa anunciou nesta segunda-feira a assinatura de um memorando de entendimento com o Fundo Saudita para Desenvolvimento (SFD), que prevê até US$ 1 bilhão — cerca de R$ 5,4 bilhões — em linhas de crédito destinadas à construção e modernização de estádios e outras estruturas esportivas em nações em desenvolvimento.

Apesar do valor expressivo, a Fifa não divulgou quando os recursos devem começar a ser liberados, nem quais países serão contemplados inicialmente. A entidade afirmou apenas que o foco recairá sobre nações que possuam “estratégias claras de utilização do esporte para impulsionar o desenvolvimento nacional”.

Foto: Divulgação / Fifa

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, destacou que o acordo é voltado a ampliar as condições de infraestrutura de federações que ainda enfrentam dificuldades para receber competições internacionais.

O papel da Fifa é desenvolver o futebol em todo o mundo, e muitas associações precisam de apoio adicional para construir instalações adequadas. Este acordo é um passo crucial para garantir que elas tenham condições de tornar o futebol verdadeiramente global — declarou.

A Fifa reúne atualmente 211 associações afiliadas. Segundo a própria entidade, o esporte responde por quase 2% do PIB mundial.

O novo memorando representa mais um capítulo no estreitamento das relações entre a Fifa e o governo saudita. Em abril do ano passado, a entidade fechou um contrato de patrocínio global com a estatal Aramco, gigante do petróleo, o que gerou críticas de grupos ambientalistas e defensores de direitos humanos. O governo saudita nega as acusações de violações.

Peter Crisp, ativista da ONG Fossil Free Football, criticou duramente o acordo:

Os governantes da Arábia Saudita usam o futebol para fortalecer relações com o Sul Global e manter o fluxo de dinheiro dos combustíveis fósseis, mesmo em meio à crise climática. Devemos enxergar esse programa de empréstimos como parte de uma estratégia para preservar os lucros do petróleo. A Fifa, com sua agenda de expansão interminável, se mostra dependente desse capital. Infantino está vendendo o futebol a um estado petrolífero — afirmou.

A Arábia Saudita também será sede da Copa do Mundo de 2034, confirmada pela Fifa no ano passado, no mesmo anúncio que oficializou a escolha das sedes da edição de 2030. Além disso, o Fundo de Investimento Público Saudita (PIF) foi o principal parceiro da Copa do Mundo de Clubes de 2025, disputada nos Estados Unidos.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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