De um lado, o “salvador campeão”. Do outro, o “vice demitido”. Esse pode ser o cenário ao fim da decisão da Liga Europa, que acontece às 16h desta quarta-feira, no estádio San Mamés, em Bilbao. Tanto Ange Postecoglou, técnico do Tottenham, quanto Ruben Amorim, comandante do Manchester United, correm risco de demissão — com ou sem o título.
A temporada de ambos os clubes na Premier League foi desastrosa. Com uma rodada ainda por disputar, Manchester United e Tottenham ocupam, respectivamente, a 16ª e 17ª posições, muito aquém das expectativas. O desempenho fraco contrastou com os altos investimentos realizados nas últimas janelas de transferência.
O Leicester, já rebaixado, não representou ameaça à permanência das equipes na elite inglesa. Ainda assim, o desempenho dos dois gigantes é considerado vexatório. Jogadores caros chegaram, mas os resultados não vieram, o que aumentou a pressão sobre os técnicos.
Ruben Amorim assumiu o Manchester United em novembro de 2024, substituindo Erik ten Hag, e desde então protagonizou momentos turbulentos. Logo nos primeiros meses, acumulou três derrotas seguidas em casa pela Premier League — algo que não acontecia com o clube desde a temporada 1978/79.
O português chegou a declarar publicamente o tamanho da crise no clube:
– Neste clube não importa ganhar ou perder na Liga Europa. Os problemas são muito maiores. E se não for possível corrigir isso? É algo a trabalhar dentro e fora do campo. Se não conseguirmos, temos que ir embora e dar lugar a outros. Todos nós – disse Amorim.
Além das declarações polêmicas, Amorim teria quebrado uma televisão no vestiário após uma derrota, o que intensificou os rumores de instabilidade.
Do outro lado, Ange Postecoglou, que assumiu o Tottenham na temporada 2024/25 após destaque no comando do Celtic, também vive um momento delicado. As eliminações na quarta fase da Copa da Inglaterra, na semifinal da Copa da Liga, e o fraco desempenho na Premier League colocaram o australiano na berlinda.
Segundo o jornal The Guardian, Postecoglou pode deixar o clube “em alta” com o título da Liga Europa, mas sua permanência ainda é incerta. A pressão chegou até Daniel Levy, presidente do Tottenham, que sofreu protestos da torcida nas últimas semanas.
Com um cenário repleto de tensão e incertezas, a decisão da Liga Europa ganha contornos dramáticos. Para um dos técnicos, o título pode representar um alívio momentâneo. Para o outro, talvez nem isso seja suficiente para garantir o cargo.
