A eliminação do Real Madrid na Copa do Mundo de Clubes e o quinto jogo consecutivo em que Rodrygo ficou no banco de reservas reacenderam o debate sobre o futuro do brasileiro no clube merengue. Sem entrar em campo na derrota por 4 a 0 para o Paris Saint-Germain e com apenas 100 minutos jogados durante o torneio, o atacante aguarda uma definição do clube, enquanto evita se posicionar favoravelmente a uma possível saída.
Em um verdadeiro jogo de xadrez, clube e jogador adotam cautela. Embora a falta de oportunidades aponte uma perda de protagonismo, Rodrygo prefere permanecer em Madri. Ele só considerará propostas do mercado caso o próprio Real Madrid indique claramente a intenção de negociá-lo.
Caso continue no clube, Rodrygo já manifestou ao técnico Xabi Alonso sua preferência por atuar pelo lado esquerdo do ataque. Diante do PSG, o treinador escalou Gonzalo García e Brahim Díaz pela direita, o que foi visto como um aceno ao pedido do brasileiro. Ainda assim, nem mesmo com a saída de Vini Jr. durante a partida, Rodrygo foi chamado para tentar a reação após o placar adverso no primeiro tempo.
— As decisões foram pontuais, baseadas na partida. Procuramos outro perfil para aquele jogo. O cenário da próxima temporada será diferente — declarou Xabi Alonso após o confronto.

Rodrygo e sua equipe de gestão acreditam que a versatilidade do jogador, antes considerada um trunfo, tornou-se um fardo durante uma temporada repleta de críticas e frustrações. O atacante encerrou o ciclo mais desgastado física e mentalmente do que outros nomes do trio Mbappé, Bellingham e Vini Jr., chegando a perder quatro quilos e necessitando de suplementos para manter a energia e recuperar o peso.
Esse desgaste levou à sua ausência nos últimos compromissos da Seleção Brasileira, após conversas com Dorival Júnior. Rodrygo justificou a queda de rendimento e chegou-se a um acordo para não ser convocado nos jogos contra Equador e Paraguai.
Desde que foi substituído no intervalo da final da Copa do Rei, o atacante perdeu espaço considerável no elenco. Nos últimos 11 jogos do Real Madrid, foi titular apenas na estreia da Copa do Mundo de Clubes, contra o Al Hilal, quando deu assistência para o gol de Gonzalo García. Em outras sete partidas, foi relacionado, mas permaneceu no banco em quatro delas — incluindo o clássico contra o Barcelona. Entrou no fim dos jogos contra Salzburg e Borussia Dortmund, somando apenas 27 minutos.
Apesar do cenário, Xabi Alonso manteve a confiança no jogador:
— Tenho certeza de que Rodrygo pode recuperar seu melhor futebol. Ele está com boa mentalidade, motivado e pronto para ajudar quando precisarmos — afirmou durante o torneio, embora o brasileiro tenha recebido poucas chances na prática.

O pouco tempo em campo aumentou rumores sobre uma possível transferência. O nome de Rodrygo aparece na lista de reforços do técnico Mikel Arteta, do Arsenal, mas até o momento não houve qualquer contato oficial com o Real Madrid ou com Eric Góes, pai e empresário do jogador. Na janela do verão europeu de 2023, o Al-Hilal demonstrou interesse, prontamente recusado pelo clube espanhol.
O que se sabe é que Rodrygo não pretende ser o primeiro a abrir a porta de saída. Com contrato até 2028, ele planeja disputar seu espaço pelo menos até o fim de 2025. Com 272 partidas, 68 gols e 13 títulos pelo clube, o atacante deseja uma saída, se houver, em termos mais respeitosos — e não pela ausência de oportunidades.
O desfecho dessa situação deve acontecer nas próximas semanas. Com a eliminação no Mundial, o elenco merengue está de férias e retorna aos treinos em 4 de agosto. A estreia na La Liga será em 19 de agosto, contra o Osasuna. Já a janela de transferências se encerra em 1º de setembro — prazos decisivos para uma novela silenciosa, apesar do barulho externo.