Único piloto brasileiro no grid da Fórmula 1 em 2025, Gabriel Bortoleto reconhece que dificilmente teria chegado à categoria sem a ajuda de Fernando Alonso, bicampeão mundial e atualmente na Aston Martin. Além de competir com Bortoleto nas pistas, Alonso gerencia sua carreira por meio da A14 Management, empresa criada para orientar jovens talentos.
Em entrevista ao podcast oficial da F1, “Beyond the Grid”, Bortoleto contou que Alonso foi essencial em diversos momentos de sua carreira, inclusive fora das pistas. Segundo o brasileiro, o espanhol foi decisivo para garantir seu assento em uma equipe da Fórmula 3, competição que Bortoleto venceu em 2023.
— Não acho que estaria na F1 sem o Alonso. Ele não só me ajudou a entrar na categoria, mas também me garantiu um contrato na F3 com uma equipe de alto nível e me ensinou muito durante minha temporada de novato, tanto na F3 quanto na F2 — disse Bortoleto.

O piloto também revelou que Alonso foi fundamental para sua entrada na academia de pilotos da McLaren, negociando diretamente com Zak Brown, CEO da equipe inglesa.
— A McLaren nos procurou, mas ele conversou com o Zak diversas vezes, ajudando nas negociações e garantindo apoio — detalhou o brasileiro.
Após conquistar o título da Fórmula 2 em 2024, Bortoleto deixou a McLaren, que já contava com Lando Norris e Oscar Piastri como pilotos titulares. Essa decisão abriu caminho para sua ida à Sauber, onde vem se destacando e protagonizando algumas disputas nas pistas com Alonso.
Questionado sobre a relação com o espanhol, Bortoleto afirmou que considera Alonso um “gestor e amigo, mas não chefe”, e contou que eles compartilham caronas de avião e recebem orientação em decisões importantes.
— Ele é gestor e amigo, mas não chefe, porque tomamos decisões juntos. Meus chefes são Mattia Binotto, Jonathan Wheatley e o pessoal da Audi. O Fernando tem muita experiência e me ajuda dentro e fora da carreira. Ele, Alberto Fernandez Albilares e Albert Resclosa Coll formam um time forte na A14 — explicou.

Apesar da proximidade, os duelos na pista são intensos. No GP da Itália, Bortoleto segurou Alonso até a parada nos boxes, mas cometeu um erro que permitiu ao espanhol assumir a sétima posição antes de abandonar a prova por problemas na suspensão.
— Ele é meio louco na pista. Tento aprender com seus truques, mas nem sempre sei o motivo. Algumas coisas ele só vai me revelar quando se aposentar — disse Bortoleto.
Outro duelo marcante aconteceu no GP da Hungria, quando o brasileiro tentou superar Alonso, mas terminou em sexto, sua melhor posição na Fórmula 1 até agora.
— Depois de Budapeste, foi incrível ver como ele gerenciava pneus e acelerava nos momentos certos. Perguntava a ele: ‘Qual foi a razão exata?’. É impressionante aprender observando — relatou.
Com oito corridas restantes no campeonato, Alonso ocupa o 12º lugar com 30 pontos, enquanto Bortoleto está em 16º, somando 18 pontos.