Gabriel Bortoleto estreia em Interlagos e tenta encerrar jejum de 52 anos sem pontos de brasileiros no GP do Brasil

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Após oito anos, a torcida brasileira voltará a ter um representante para apoiar na Fórmula 1. O jovem Gabriel Bortoleto, de 21 anos, fará sua estreia no Grande Prêmio de São Paulo, pela Sauber, e carrega a missão de quebrar um tabu que já dura 52 anos: desde 1973, nenhum piloto brasileiro conseguiu pontuar em sua primeira corrida em casa.

A última vez que um estreante nacional somou pontos no país foi com Emerson Fittipaldi, que venceu o GP do Brasil de 1973, em Interlagos. Desde então, grandes nomes como Nelson Piquet, Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa não conseguiram repetir o feito. Dos 27 brasileiros que já disputaram o GP em casa, 18 não completaram a prova.

A expectativa é de que Bortoleto quebre essa escrita em grande estilo. O paulista chega embalado após pontuar no GP do México, resultado que elevou sua confiança para o fim de semana em Interlagos.

Emerson Fittipaldi (1973 – vitória histórica)

A primeira corrida oficial da Fórmula 1 no Brasil contou com quatro pilotos da casa: Emerson e Wilson Fittipaldi, José Carlos Pace e Luiz Bueno. Campeão mundial em 1972, Emerson largou em segundo lugar e ultrapassou o companheiro Ronnie Peterson logo na largada. Dominante do início ao fim, venceu de forma incontestável e levou o público paulista ao delírio.

Foto: Bernard Cahier/Getty Images


A vitória rendeu até uma homenagem musical, com a canção Lotus 72D, em referência ao carro do brasileiro. Pace e Wilson abandonaram a corrida, enquanto Bueno terminou em 12º.

Nelson Piquet (1979 – abandonou)

Tricampeão mundial no futuro, Nelson Piquet teve uma estreia difícil no GP do Brasil de 1979, pela Brabham. Após um acidente na Argentina que o deixou lesionado, o piloto correu com dores e precisou de analgésicos para guiar. Mesmo assim, ganhou posições nas voltas iniciais, mas se envolveu em um toque com Clay Regazzoni e abandonou a prova. A vitória foi de Jacques Laffite, com a Ligier.

Foto: David Phipps/Sutton Images

Ayrton Senna (1984 – abandonou)

Recém-chegado à Fórmula 1, Ayrton Senna estreou pela Toleman justamente em casa, no circuito de Jacarepaguá (RJ). Largando em 16º com um carro limitado, o brasileiro ainda subiu algumas posições, mas o motor quebrou na oitava volta devido ao calor intenso. Senna deixou a corrida frustrado, enquanto a vitória ficou com Alain Prost, seu futuro rival histórico.

Foto: Divulgação/Pirelli

Rubens Barrichello (1993 – abandonou)

Aos 20 anos, Rubens Barrichello viveu sua primeira corrida no Brasil pela Jordan, em Interlagos. O jovem largou em 14º e mostrava bom desempenho até ser traído por uma pane no câmbio na 15ª volta. A prova ficou marcada pela vitória de Ayrton Senna, que superou as Williams e levou a torcida ao êxtase.

Foto: LAT Images

Felipe Massa (2002 – abandonou)

Correndo também pela Sauber, mesma equipe de Bortoleto, Felipe Massa chegou ao GP do Brasil de 2002 com moral, após pontuar na Malásia. O paulista largou em 12º e chegou a ocupar o nono lugar, mas acabou atingido por Mark Webber e abandonou na volta 44. Michael Schumacher venceu a corrida, enquanto os outros brasileiros também não completaram a prova.


Felipe Massa abandonou o GP do Brasil de 2002 —

Quem chegou mais perto dos pontos?

Na história, o Brasil teve 32 pilotos na Fórmula 1, sendo que 27 correram em casa. Apenas Emerson Fittipaldi conseguiu pontuar em sua estreia. O que chegou mais perto de repetir o feito foi Roberto “Pupo” Moreno, em 1991, quando corria pela Benetton. Ele largou em 14º e terminou em sétimo lugar, uma posição fora da zona de pontuação — que, na época, contemplava apenas os seis primeiros colocados.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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