Após quatro meses afastado do mar por conta de uma cirurgia no tendão do músculo peitoral maior do ombro esquerdo, Gabriel Medina voltou a sentir o verdadeiro prazer de surfar. O tricampeão mundial e medalhista olímpico reencontrou a essência do esporte que o consagrou durante uma sessão na piscina de ondas da qual é sócio, em São Paulo, na última quinta-feira.
Segundo o surfista de 31 anos, a pausa forçada o fez perceber que havia caído na rotina e perdido o entusiasmo genuíno pelas ondas. “Nada é por acaso. Essa pausa foi boa. Estou com vontade de surfar. Talvez, antes da lesão, eu estivesse surfando no automático, como uma obrigação. Agora voltei a sentir aquela empolgação de criança, de pegar onda com os amigos. Isso é muito gratificante. Eu tinha até esquecido essa paixão verdadeira pelo surfe”, revelou Medina.
Embora tenha ficado de fora de toda a temporada 2025 do circuito mundial, Medina está focado em seu retorno para 2026. Ele já tem garantido um convite da WSL (Liga Mundial de Surfe) para disputar todas as etapas do ano que vem. Sua principal meta é conquistar o quarto título mundial, um feito que o colocaria ao lado de lendas como o australiano Mark Richards e atrás apenas do americano Kelly Slater, recordista com 11 títulos entre 1992 e 2011.

Medina também se mostrou animado com a mudança no formato do campeonato para 2026. A WSL vai abandonar o modelo atual, com finais disputadas entre os cinco melhores em uma única etapa, e retornará ao sistema tradicional de pontos corridos. “Com certeza, meu objetivo é ser tetra. Pretendo voltar com força total. O calendário novo começa em abril e termina em dezembro, no Havaí, como era antes. Prefiro assim. São ótimas notícias. Terei bastante tempo para me preparar e isso me motiva ainda mais”, comentou.
Fora das seis etapas já realizadas em 2025, Medina projeta competir novamente na 11ª, em Teahupoo, no Taiti, prevista para o início de agosto. Essa etapa antecede o Finals, onde espera ver brasileiros na disputa. Ele destacou o bom desempenho de compatriotas como Italo Ferreira, Yago Dora e Filipe Toledo, mas também fez um alerta sobre a arbitragem e a necessidade de superação.
“Está difícil com essa arbitragem. Os meninos estão surfando bem, mas às vezes é preciso entregar ainda mais. O Italo começou muito bem este ano e acredito que chegará forte ao Finals. Mas não dá para se acomodar. Com esse formato, tudo pode acontecer. É preciso acreditar até o fim. Estou na torcida para que o Brasil conquiste mais um título mundial”, completou.