Galo domina, mas desaba: Atlético perde mais uma final nos pênaltis e amarga o terceiro título perdido em menos de um ano.

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O Atlético-MG viveu em Assunção uma das noites mais dolorosas de sua história recente. Depois de dominar o Lanús por 120 minutos, criar as principais chances da partida e ser superior em praticamente tudo, o Galo viu o título da Copa Sul-Americana escapar nos pênaltis, em um roteiro que machuca ainda mais pela repetição do sofrimento. O empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação não representa o que foi o jogo: um Atlético impositivo, ofensivo, insistente e mais preparado tecnicamente. Mesmo assim, o time deixou o estádio derrotado e novamente com a sensação de que fez o suficiente para conquistar a taça — mas não concretizou no detalhe que define finais: a bola na rede.

Durante o tempo regulamentar, a equipe mineira empurrou o Lanús para dentro da própria área, especialmente no segundo tempo. Bernard acertou a trave em uma cobrança de falta perfeita, Hulk obrigou Hoyos a fazer defesas difíceis e Paulinho chegou a tirar suspiros do estádio em finalizações perigosas. O Lanús praticamente não ameaçou Everson, apostou todas as fichas na defesa e, aos poucos, mostrou que sua grande estratégia era levar a decisão até os pênaltis.

Na prorrogação, o Atlético já apresentava desgaste físico e emocional, fruto de um jogo intenso e da ansiedade crescente. Passes curtos começaram a sair errados, finalizações se precipitaram e a calma que o time teve durante boa parte da noite deu lugar ao nervosismo natural de quem sente a taça escorrer pelos dedos. O Lanús apenas esperou. Conseguiu segurar a igualdade e transformou a decisão em um duelo psicológico direto.

Foto: Pedro Souza / Atlético

Nos pênaltis, a diferença foi nítida: enquanto os argentinos demonstraram absoluta frieza, batendo com firmeza e sem hesitar, o Atlético-MG carregava o peso de ter sido superior e não ter matado o jogo. As cobranças do Lanús foram precisas do início ao fim. Do lado alvinegro, a tensão era visível, especialmente nas longas caminhadas até a marca da cal. Quando a cobrança perdida do Galo saiu para fora, o silêncio tomou conta da torcida. O 6 a 5 argentino não foi apenas um número — foi uma sentença que refletiu a incapacidade do time de transformar sua atuação em um título.

A dor do torcedor tem uma camada ainda mais profunda. Não é só a perda de hoje. É a soma de tudo que veio antes. Com este vice, o Atlético-MG amarga três finais perdidas em menos de um ano, um ciclo de frustrações que afeta diretamente o emocional do clube e de sua torcida. Perder dói. Perder jogando bem machuca mais. Perder repetidamente, no detalhe, na prorrogação, nos pênaltis… isso corrói a confiança e cria a sensação de que o time está sempre perto, mas nunca completa o caminho. Os torcedores que viajaram para o Paraguai deixaram o estádio com lágrimas, raiva, incredulidade e, acima de tudo, exaustão. É uma dor acumulada. É a sensação de que o futebol, por mais que você faça tudo certo, sempre encontra uma forma diferente de castigar. E poucos clubes no continente, hoje, sentem esse peso como o Galo.

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