Hamilton iguala marca negativa de Pironi e se aproxima de recorde indesejado pela Ferrari

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A oitava colocação no GP de Singapura rendeu a Lewis Hamilton um recorde nada agradável. O britânico igualou a marca de Didier Pironi como o piloto com mais corridas sem conquistar um pódio pela Ferrari — 18 no total. A sequência pode ser superada já no GP dos Estados Unidos, neste fim de semana. Com isso, o heptacampeão passa a integrar uma lista que reúne nomes consagrados e outros menos lembrados da história da escuderia italiana.

Entre os pilotos que mais demoraram a subir ao pódio com o famoso carro vermelho, Hamilton é o único representante do século 21. Todos os demais viveram a seca entre as décadas de 1970 e 1990, período em que a confiabilidade dos carros era um desafio constante. Abaixo, veja cinco nomes marcantes que também enfrentaram dificuldades no início de suas passagens pela Ferrari.

Foto: Marcel van Dorst/EYE4images/NurPhoto via Getty Images

Didier Pironi – 18 corridas sem pódio

Nascido em 1952, na França, Pironi estreou na Fórmula 1 em 1978 e passou por Tyrrell e Ligier antes de ser contratado pela Ferrari em 1981, no lugar de Jody Scheckter. O começo, porém, foi turbulento. O francês abandonou as três primeiras corridas por falhas no carro e sofreu com um desempenho abaixo do esperado.

Naquele ano, Pironi não completou sete das 15 provas e teve como melhor resultado um quarto lugar. Em 1982, o cenário parecia o mesmo até o GP de San Marino, quando, após largar em quarto, venceu a corrida superando o companheiro Gilles Villeneuve — contrariando ordens da equipe. O episódio causou grande tensão interna e antecedeu a morte trágica de Villeneuve no GP da Bélgica.

Foto: Getty Images

Pironi reagiu e acumulou cinco pódios nas seis corridas seguintes, assumindo a liderança do campeonato. Contudo, um grave acidente nos treinos para o GP da Alemanha encerrou sua carreira. Mesmo fora das últimas provas, terminou o ano como vice-campeão. Pironi morreu em 1987, em um acidente durante uma competição de lanchas motonáuticas, deixando três vitórias e 13 pódios na F1.

Ivan Capelli – 14 corridas sem pódio

O italiano Ivan Capelli chegou à Ferrari em 1992 com a missão de substituir Alain Prost, mas enfrentou um pesadelo. O carro F92A mostrou-se instável e pouco confiável. Em 14 corridas, Capelli abandonou dez, muitas vezes por falhas mecânicas, outras por erros e acidentes.

O melhor resultado do piloto foi um quinto lugar no GP do Brasil, somando apenas três pontos no campeonato. Antes do GP do Japão, ele foi substituído por Nicola Larini. No ano seguinte, tentou seguir na Jordan, mas sequer conseguiu se classificar para o GP do Brasil e deixou a categoria. Capelli encerrou sua passagem pela F1 com três pódios — dois pela March e um pela Leyton House.

Foto: LAT Images

Gilles Villeneuve – 13 corridas sem pódio

Ídolo eterno da Ferrari, o canadense Gilles Villeneuve chegou à equipe em 1977 após chamar atenção por sua performance na McLaren. No entanto, seu início foi conturbado: entre 1977 e 1978, abandonou seis das sete primeiras corridas completas e acumulou 13 provas sem pódio.

A maré virou no GP da Áustria de 1978, quando terminou em terceiro, e, mais tarde, venceu o GP do Canadá, em casa. Na temporada seguinte, disputou o título até o fim, ficando apenas quatro pontos atrás de Jody Scheckter. Em 1982, após desentendimentos com Pironi, Villeneuve morreu durante a classificação para o GP da Bélgica.

Foto: Reprodução

Considerado um dos maiores pilotos a nunca conquistar um título mundial, Villeneuve venceu seis corridas e subiu 13 vezes ao pódio. O circuito de Montreal leva hoje seu nome em homenagem à sua trajetória.

Gerhard Berger – 11 corridas sem pódio

O austríaco Gerhard Berger viveu um início atípico na Ferrari. Contratado em 1987 após boas atuações na Benetton, ele passou 11 corridas sem ir ao pódio, apesar de demonstrar competitividade. Abandonou sete dessas provas por falhas mecânicas e terminou as outras quatro em quarto lugar.

O jejum terminou no GP de Portugal, com um segundo lugar. A partir daí, Berger deslanchou, conquistando pódios e vitórias, e se consolidou como um dos grandes nomes da equipe nos anos 80. O austríaco encerrou a carreira em 1997 com dez vitórias e 48 pódios na Fórmula 1.

Foto: Paul-Henri Cahier/Getty Images

Arturo Merzario – 11 corridas sem pódio

Último piloto a estrear na F1 diretamente pela Ferrari até o inglês Oliver Bearman, em 2024, Arturo Merzario iniciou sua trajetória na equipe em 1972. Competente e rápido, o italiano sofreu com a má fase da escuderia na época. Em 1973, chegou a ser quarto em duas provas, mas não conseguiu transformar as boas performances em pódios.

Foto: Reprodução

Após 11 corridas sem resultados expressivos, Enzo Ferrari decidiu reformular a equipe. Merzario nunca mais teve nova chance no time e passou por equipes como Williams, Fittipaldi e March antes de se aposentar em 1979, sem pódios e com apenas 11 pontos somados.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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