A Ferrari soma 248 vitórias na Fórmula 1, sendo 105 conquistadas por campeões mundiais que chegaram à equipe após já terem títulos. Ainda assim, nomes como Sebastian Vettel e Fernando Alonso deixaram Maranello sem alcançar o tão sonhado campeonato. Ciente dessa história recente, Lewis Hamilton afirmou que fará de tudo para não seguir pelo mesmo caminho.
— Se observarmos os últimos 20 anos da Ferrari, grandes pilotos passaram por aqui — Kimi, Fernando, Sebastian… Mas eu me recuso a viver o mesmo destino. Estou me dedicando ao máximo. Já passei por duas grandes equipes e aprendi muito. Sim, a cultura aqui é diferente, mas repetir o mesmo caminho leva ao mesmo resultado. Por isso estou determinado a mudar isso — disse Hamilton em entrevista coletiva antes do GP da Bélgica.
Fernando Alonso, bicampeão pela Renault em 2005 e 2006, assinou com a Ferrari em 2010 e foi três vezes vice-campeão (2010, 2012 e 2013). Em 2012, por exemplo, ficou a apenas três pontos de superar Vettel. O alemão, por sua vez, tetracampeão com a Red Bull, disputou os títulos de 2017 e 2018 contra Hamilton, mas perdeu ambos e perdeu espaço na equipe após a chegada de Charles Leclerc. Ele deixou a escuderia em 2020.
Entre os campeões mundiais que migraram para a Ferrari após seus títulos, apenas Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher conseguiram ser campeões também com a equipe italiana — e, curiosamente, ambos também vieram da Mercedes, como Hamilton.
Foco no presente, mas também em 2026
Mesmo sem pódios em 2025, Hamilton tem se mostrado ativo nos bastidores da Ferrari. Parte de seu foco já está voltado para a temporada de 2026, quando entrará em vigor um novo regulamento técnico na Fórmula 1, com mudanças em motores e aerodinâmica.
— Nas últimas semanas estive várias vezes na fábrica. Me reuni com engenheiros, com o chefe de desenvolvimento do carro, com o presidente John Elkann, o CEO Benedetto Vigna e com o chefe de equipe Fred Vasseur. Conversamos sobre o que precisa melhorar, o motor para 2026, a suspensão dianteira e traseira, e os pontos fracos que estamos enfrentando agora — explicou o heptacampeão.
Hamilton revelou ainda que vem colaborando diretamente com os setores técnicos:
— Depois das primeiras corridas, escrevi um relatório completo com sugestões. Durante essa pausa no campeonato, enviei outros dois documentos com ajustes estruturais e técnicos. Meu objetivo é ajudar a equipe a evoluir em todas as áreas.
Ferrari tenta reagir em 2025, mas ainda sem vitórias
O último título de pilotos da Ferrari foi conquistado em 2007, com Kimi Raikkonen. Desde então, a equipe italiana acumula frustrações. O último campeonato de construtores veio em 2008, mesmo ano em que Hamilton foi campeão pela McLaren.
Agora, o britânico ocupa apenas o sexto lugar no campeonato de pilotos de 2025, com 16 pontos a menos que Leclerc, que já subiu quatro vezes ao pódio na temporada. A Ferrari, por sua vez, testou recentemente uma nova suspensão traseira, somando-se ao novo assoalho introduzido no GP da Áustria, em busca de um salto de desempenho.
— Vejo um potencial enorme na Ferrari. A paixão aqui é incomparável, mas há engrenagens que ainda não funcionam como deveriam. Por isso a equipe não vence há tanto tempo. Meu papel é justamente desafiar essas áreas, inclusive quem toma as decisões lá no topo — finalizou Hamilton.
