Italo Ferreira liderou a temporada 2025 da elite do surfe mundial entre a segunda e a sétima etapas, que aconteceram da metade de fevereiro até a última terça-feira. O campeão olímpico e mundial foi ultrapassado pelo sul-africano Jordy Smith, vencedor do evento em Margaret River (Austrália). Mesmo assim, o potiguar de 31 anos garante que está tudo sob controle e que sua performance está até acima do planejado.
O calendário ainda reserva quatro etapas até a definição dos cinco melhores que vão disputar o título mundial no WSL Finals, programado para acontecer nas Ilhas Fiji, entre 27 de agosto e 4 de setembro. Nesta fase decisiva, as baterias são únicas: o quinto colocado enfrenta o quarto, o vencedor enfrenta o terceiro, depois o segundo, e quem passar dessas etapas joga uma melhor de três contra o líder da temporada até então.
“Foi até um pouco melhor do que eu imaginei no início do ano, no meu planejamento. O que importa, na verdade, é se manter no topo até o final da temporada para entrar no top 5 e, aí sim, disputar o título mundial. Foram dois anos que eu bati na trave. Neste ano, estou bem conectado para disputar esse Finals mais à frente, sem precisar chegar em quinto e competir mais baterias, me desgastando bastante”, afirmou Italo, que está em São Paulo para a inauguração da sua primeira cafeteria, a Stoke-Ed Coffee — nome que faz referência ao seu apelido em inglês.
Após chegar à semifinal em Pipeline, no Havaí, na abertura do CT 2025, Italo conquistou o título na etapa seguinte, disputada na piscina de ondas de Abu Dhabi, assumindo a liderança do ranking. Vestindo a lycra amarela destinada ao líder, ele foi vice-campeão em Peniche (Portugal), quinto colocado em El Salvador e teve três resultados abaixo do esperado na perna australiana (Bells Beach, Gold Coast e Margaret River). Só na última dessas etapas ele perdeu a ponta da tabela.
“Comecei muito bem, com grandes resultados, que me colocaram numa posição confortável no ranking. É claro que o Jordy acabou me ultrapassando na última etapa. Eu tive três resultados que não me somaram pontos. Mas, mesmo assim, estou em segundo lugar depois de sete etapas”, declarou o campeão olímpico em Tóquio 2020.
Italo pode recuperar a liderança já na próxima etapa, que começa no dia 9 de junho, em Trestles, nos Estados Unidos. Foi justamente nas ondas da Califórnia que ele “bateu na trave” no ano passado, terminando em quinto lugar, e em 2022, quando chegou ao Finals em quarto, finalizando como vice-campeão mundial.
“Trestles é uma etapa boa porque tem ondas de esquerda e direita. Eu sou um surfista que consegue me sair bem em ambas as direções, o que me deixa mais confortável e com vantagem em alguns momentos. Nos últimos campeonatos que disputei lá, terminei em segundo lugar. Acho que Deus está preparando algo melhor para mim, depois de bater duas vezes na trave”, avaliou.
Campeão mundial em 2019, Italo teria outras três medalhas se o surfe adotasse pódios com premiação assim como outras modalidades: além do ouro, ele acumularia duas pratas (2022 e 2024) e um bronze (2021). Nessas três temporadas, o título foi decidido no formato Finals, com os cinco melhores lutando diretamente pelo caneco.
“É muito louco, porque eu cheguei muito perto de alguns títulos. Na minha cabeça, em muitos momentos, eu não perdia para os adversários com quem competia. Mas, pelo formato que foi adotado, na minha cabeça, eu sempre venci”, concluiu o atual número 2 do mundo.
