Jogadores na Rússia têm vez na Seleção? Caso Gerson reacende debate sobre visibilidade

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A possível transferência do meia Gerson, atualmente no Flamengo, para o Zenit reacendeu uma antiga discussão: jogadores que atuam no futebol russo ainda são considerados para a Seleção Brasileira? Para esclarecer, o ge fez um levantamento sobre as convocações recentes envolvendo atletas que jogam na Rússia.

Desde o término da Copa do Mundo de 2022, apenas dois jogadores que atuavam em clubes russos foram convocados para a Seleção. Entre os quatro técnicos que comandaram a equipe nesse período, apenas Ramon Menezes optou por chamar atletas que defendiam times da Rússia.

Os últimos jogadores que vestiram a camisa do Brasil enquanto atuavam na Rússia foram o atacante Malcom e o zagueiro Robert Renan, convocados para amistosos contra Guiné e Senegal em junho de 2023. Ambos defendiam o Zenit na época. Robert Renan já havia sido chamado anteriormente, em março de 2023, para o amistoso contra Marrocos. Desde então, nenhum jogador do futebol russo foi lembrado nas listas da Seleção.

Gerson, que foi titular na estreia do técnico Carlo Ancelotti na Seleção, no jogo contra o Equador, vem despertando o interesse do Zenit. A proposta do clube russo ao Flamengo para contratar o meia para a próxima temporada foi confirmada pelo ge. Apesar de estar inclinado a aceitar o convite, o jogador avalia os possíveis impactos dessa mudança em seu sonho de disputar a próxima Copa do Mundo defendendo o Brasil.

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Durante coletiva na última segunda-feira, Ancelotti comentou que já conversou com Gerson sobre a transferência.

— Abordamos o assunto. Expliquei a ele que a decisão é pessoal e que não influenciará as escolhas que faremos para o Mundial. Sabemos que algumas ligas são mais competitivas que outras, mas nossa avaliação será baseada na forma física e no desempenho do jogador, independentemente da liga em que atua — declarou o treinador.

Rodrigo Caetano, diretor da Seleção, falou sobre o assunto no programa Fechamento sportv, no domingo. Ele reconheceu que a quantidade e a qualidade das competições disputadas na Rússia podem influenciar negativamente a convocação.

— Muitas vezes, a limitação no número de jogos prejudica o atleta. Por exemplo, no intervalo entre o fim do Mundial e a convocação de março, Luiz Henrique jogou apenas três ou quatro partidas, incluindo dois amistosos. Essa falta de ritmo interfere na preparação para uma Data Fifa — explicou.

O atacante Luiz Henrique, destaque do Botafogo campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024, se tornou presença constante nas listas de Dorival Júnior em 2023. Contudo, após sua transferência para o Zenit em janeiro, ele não voltou a ser convocado. O mesmo aconteceu com o zagueiro Nino, que participou de todas as convocações de Fernando Diniz enquanto jogava pelo Fluminense. Desde sua saída para o Zenit em 2024, não foi mais lembrado.

Em março deste ano, Luiz Henrique e o lateral Douglas Santos chegaram a integrar a pré-lista de 52 jogadores para a convocação de Dorival, mas acabaram ficando de fora dos 23 selecionados para os jogos contra Colômbia e Argentina.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, no início de 2022, o país sofreu sanções severas. Suas seleções foram proibidas de disputar torneios internacionais, e os clubes russos foram excluídos de competições continentais como a Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência.

Com isso, mesmo sendo uma potência no cenário local, o Zenit está afastado dos principais torneios europeus. Essa falta de exposição em grandes competições pode dificultar a visibilidade de seus jogadores para futuras convocações da Seleção.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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