Apesar de não ter conquistado o título da Liga das Nações Feminina de Vôlei (VNL) pela primeira vez, José Roberto Guimarães rejeita qualquer visão negativa sobre a campanha da seleção brasileira. Em entrevista após a derrota por 3 a 1 para a Itália na final, no domingo (27), o técnico reconheceu que o time cometeu erros, mas destacou a postura positiva da equipe, que disputou a primeira competição oficial do ciclo olímpico para Los Angeles.
“Em números, alguns aspectos foram parecidos na decisão, como viradas de bola e bloqueios. Contudo, a Itália foi superior nos contra-ataques. Precisamos melhorar. Nosso time merece elogios pela luta, garra, dedicação e atitude do início ao fim. Tentamos até o último ponto, sem desistir. Mas precisamos diminuir os erros e aprimorar a defesa. Não conseguimos bloquear nem defender os contra-ataques com a eficiência das italianas, o que complicou a partida. Saio orgulhoso. Ninguém gosta do segundo lugar, mas o que alcançamos é importante”, afirmou Zé, em Lódz, na Polônia.
Este vice-campeonato de 2025 foi o quarto do Brasil em sete edições da Liga das Nações Feminina. Embora a equipe seja presença constante nos pódios das principais competições, o título internacional de peso escapa desde 2017, quando venceu o Grand Prix, predecessor da VNL.

Após o bronze conquistado nas Olimpíadas de Paris no ano passado, o Brasil incorporou novos talentos, como a líbero Marcelle, que assumiu a titularidade durante a competição. Para José Roberto, o time passa por um processo de crescimento, aprendendo com as derrotas e tomando a Itália como referência.
“Precisamos dar experiência às jogadoras mais jovens, pois temos alguns anos até as Olimpíadas e devemos evoluir. A Itália é, hoje, o time a ser batido. Possui duas opostas muito fortes, ponteiras habilidosas que erram pouco e apresentam volume de jogo extraordinário. As levantadoras são excelentes, e a De Gennaro, na minha opinião, é a melhor líbero do mundo. A equipe italiana vem de anos de trabalho em busca de títulos, e conseguiu. Precisamos entender esse processo e acreditar na evolução das nossas meninas. Esse sofrimento de ficar em segundo lugar faz parte da história e da construção para o crescimento delas”, explicou o treinador.
A próxima etapa para o desenvolvimento da seleção brasileira será o Mundial, que começa em 22 de agosto, na Tailândia. Na fase inicial, o Brasil enfrentará Grécia, França e Porto Rico pelo Grupo C. Se avançar, terá desafios mais exigentes pela frente.
“Agora é hora de pensar na retomada dos treinamentos e focar no Mundial. Precisamos definir o time, treinar bastante para melhorar o entrosamento, estudar os adversários que já conhecemos e trabalhar as falhas, especialmente nos contra-ataques”, projetou Zé.
Campanhas do Brasil na Liga das Nações Feminina:
2018: 4º lugar
2019: 2º lugar 🥈
2020: competição não realizada
2021: 2º lugar 🥈
2022: 2º lugar 🥈
2023: 5º lugar
2024: 4º lugar
2025: 2º lugar 🥈