O Vasco da Gama obteve autorização judicial para contratar um empréstimo de R$ 80 milhões junto à Crefisa, empresa que patrocina o Palmeiras. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (16) pela juíza Caroline Rossy, da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
O aval da Justiça era necessário porque o clube está em processo de recuperação judicial. A operação foi enquadrada na modalidade DIP Financing — tipo de financiamento voltado a empresas em reestruturação financeira.
Na decisão, a magistrada destacou que tanto o Ministério Público quanto o administrador judicial (AJC) se manifestaram favoravelmente ao acordo, considerando a operação “legítima e juridicamente segura”. O empréstimo será garantido por alienação fiduciária de 10 mil ações ordinárias classe A da Vasco SAF, o que equivale a 10% da empresa, além de garantia fidejussória do Clube de Regatas Vasco da Gama (CRVG).

– Pelo esposado, levando em consideração a manifestação favorável do MP e da AJC, aliada à aprovação do PRJ pelos credores concursais, foram adequadamente comprovadas a legitimidade e a segurança jurídica da operação, que se insere no contexto de medidas estruturantes para o soerguimento empresarial das Recuperandas, nos termos do art. 69-A da Lei 11.101/2005, razão pela qual DEFIRO o pedido de autorização para celebração do contrato de financiamento emergencial na modalidade DIP Financing, nos termos apresentados pelas Recuperandas, com desembolso total de R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais), garantido por alienação fiduciária de 10.000 (dez mil) ações ordinárias de classe A da Vasco SAF e garantia fidejussória pelo CRVG – escreveu a magistrada.
A magistrada ainda esclareceu que a aprovação do Conselho Deliberativo não é necessária, uma vez que o empréstimo não se trata de alienação de ativo, mas sim de captação de recursos. Segundo o entendimento judicial, o Conselho só precisa ser consultado em casos de venda de bens, como o Estádio de São Januário, o que não se aplica à operação atual.
Inicialmente, o financiamento previa a cessão de 20% das ações da Vasco SAF como garantia, mas o Ministério Público e o administrador judicial se posicionaram contra os termos originais. Após a redução da garantia para 10%, ambos emitiram pareceres favoráveis, permitindo a liberação do crédito.
Com o aval da Justiça, o Vasco poderá receber o aporte financeiro da Crefisa nos próximos dias — um reforço considerado essencial para a continuidade do processo de reestruturação econômica do clube e de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF).












