De acordo com Frederic Bertrand, CEO e chefe de equipe da Mahindra, ainda “há trabalho a ser feito” antes de a fabricante tomar a decisão de participar ou não da era Gen4 da Fórmula E, programada para estrear na temporada 2026/27
Até o momento, Jaguar, Nissan, Porsche e Lola/Yamaha foram as únicas fabricantes de trem de força que já se comprometeram com a Fórmula E para a quarta geração de carros (Gen4), programada para estrear na temporada 2026/27. Presente na categoria elétrica desde o segundo ano, a Mahindra ainda não confirmou a participação, o que levantou rumores sobre uma possível saída da equipe no futuro. Mas de acordo com Frederic Bertrand, CEO e chefe da fabricante indiana, ainda existem alguns “pequenos pontos de interrogação” que precisam ser esclarecidos antes de tomar qualquer decisão.
No início de junho, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) publicou o registro de fabricante e o roteiro técnico para a era Gen4. De acordo com a entidade máxima do esporte, o novo carro terá tração nas quatro rodas, 600 kW de potência (o equivalente a 833 cavalos) na classificação, até 450 kW (611 cavalos) na corrida e incríveis 700 kW (951 cavalos) de recuperação, divididos em 50% entre os eixos dianteiro e traseiro, com um peso aproximado de 980 kg. Espera-se que os carros atinjam 100 km/h em apenas 1.8 segundo.
Assim como aconteceu com a ERT e a Stellantis — grupo responsável pelas marcas DS e Maserati —, a Mahindra perdeu o primeiro prazo para se registrar como fabricante na nova geração. Embora uma nova oportunidade de inscrição esteja prevista, há uma certa desvantagem, já que as quatro marcas confirmadas terão acesso aos dados dos fornecedores das peças padronizadas de maneira antecipada, conseguindo começar o planejamento dos respectivos trens de força mais cedo.
Em entrevista ao portal The Race, Bertrand deixou claro que “ainda há um pouco de trabalho a ser feito” pela parte indiana antes de tomar qualquer decisão sobre os próximos anos. “Precisamos ter certeza sobre a forma como o campeonato será administrado no futuro, em relação a administrar custos, administrar logística, administrar todos os tópicos em torno do desenvolvimento para a próxima geração”, continuou.
“São pequenos pontos de interrogação que, juntos, formam um grande ponto de interrogação. Acho que para todos é importante ter clareza sobre isso porque significa custo, significa entender como também podemos planejar nosso negócio. E ter esses grandes ou pequenos pontos de interrogação cria uma espécie de outro ponto de interrogação em relação a negócios em escala global”, acrescentou o chefe da Mahindra.
Entretanto, Frederic acredita que a chegada da Liberty Global — braço do Liberty Media, responsável pelos direitos da Fórmula 1 e MotoGP — para assumir as operações da Fórmula E pode ser um ponto importante na decisão da fabricante de ficar ou não na categoria.
“A Liberty assumindo a propriedade total do campeonato e tendo um plano ambicioso para desenvolvê-lo, está definitivamente indo na direção correta na tentativa de convencer uma empresa envolvida desde o primeiro dia de que talvez não seja o momento certo para sair”, apontou o dirigente.