Mesmo com contrato válido até 2029, o futuro de Charles Leclerc na Ferrari voltou a ser tema de especulação. O jejum de quase um ano sem vitórias da equipe italiana levantou dúvidas sobre o ânimo do piloto e a capacidade da escuderia de reagir na atual temporada. Diante desse cenário, o campeão mundial de 1978 e atual diretor da Cadillac, Mario Andretti, manifestou publicamente o desejo de contar com o monegasco no futuro.
— Eu torço muito pelo Leclerc. Se um dia ele realmente quisesse mudar de equipe, eu o contrataria imediatamente para a Cadillac — declarou Andretti ao jornal italiano Corriere della Sera, durante um evento realizado no último fim de semana.
Aos 85 anos, Andretti é uma das figuras mais respeitadas do automobilismo mundial. Campeão da Fórmula 1 pela Lotus em 1978, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1969 e campeão da IndyCar em 1984, o ex-piloto ocupa hoje o cargo de diretor esportivo da Cadillac, equipe que fará sua estreia oficial na F1 em 2026, como a 11ª escuderia do grid.
A última vitória da Ferrari ocorreu em 27 de outubro de 2024, com Carlos Sainz vencendo uma de suas últimas corridas pela equipe. Desde então, o time não voltou ao topo do pódio. O substituto de Sainz, Lewis Hamilton, ainda não conseguiu atender às expectativas: após 19 etapas, igualou o recorde de Didier Pironi de maior número de corridas sem alcançar o primeiro pódio com a escuderia.
De acordo com o Corriere della Sera, Hamilton tem compartilhado relatórios internos com a diretoria da Ferrari, apontando falhas estratégicas e cobrando mudanças nos processos de gestão e comunicação durante as corridas. O heptacampeão teria demonstrado frustração com a resistência da equipe em adotar suas sugestões.
Enquanto isso, Leclerc soma cinco pódios em 2025, incluindo um segundo lugar no GP de Mônaco, mas também enfrenta um longo jejum de vitórias — a última foi no GP dos Estados Unidos da temporada passada. Em Singapura, o monegasco e Hamilton enfrentaram dificuldades com o superaquecimento dos freios e terminaram apenas em sexto e oitavo lugares, respectivamente.
Após a corrida, Leclerc não escondeu a insatisfação:
— É difícil, muito difícil. Não estamos fortes neste momento e enfrentamos grandes dificuldades com o carro. Gostaria de poder dizer que estou otimista para o resto da temporada, mas não vejo nada que indique uma melhora. Não temos peças novas ou qualquer outra atualização — desabafou o piloto.
Apesar do momento turbulento, Mario Andretti acredita que a recuperação da Ferrari é apenas questão de tempo. Ex-piloto da escuderia, ele chegou a vencer o GP da África do Sul de 1971 com o time de Maranello.
— A Ferrari é a Ferrari, e mais cedo ou mais tarde ela volta. Sempre — afirmou o norte-americano.
