quarta-feira, 17 de dezembro De 2025

Mirassol transforma desconfiança em epopeia histórica e conquista vaga direta na Libertadores

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O time da tranquila cidade de Mirassol, no interior paulista, entrou na Série A cercado de desconfiança. Para muitos “videntes da bola”, o Leão caipira seria virtual rebaixado antes mesmo do início do Brasileirão. Estreante na elite, carregou o lema “vivendo o sonho” — mas ninguém imaginava até onde esse sonho poderia chegar.

O dia 2 de dezembro de 2025, no entanto, entrou para a história. Em São Januário, o Mirassol venceu o Vasco por 2 a 0 e garantiu, com uma rodada de antecedência, vaga direta na fase de grupos da Conmebol Libertadores. Um feito que se transforma, sem exagero, em uma das maiores histórias dos pontos corridos.

Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

A campanha surpreendente não estava nos planos mais otimistas. O técnico Rafael Guanaes reconhece que, no início, acreditava ser possível ir além da mera permanência. Em um cenário realista, projetava-se no máximo uma vaga na Copa Sul-Americana. Mas o Mirassol ignorou previsões e ultrapassou todas as fronteiras.

A pontuação de 66 pontos e o atual quarto lugar na tabela não explicam sozinhos o tamanho da façanha. O clube é uma das raras equipes da competição que não viveu oscilações significativas: nunca passou mais de três jogos sem vitória e manteve regularidade impressionante. Mesmo nas derrotas, como no 3 a 0 para o Corinthians, o desempenho recebeu elogios.

Apesar de possuir um centro de treinamento moderno e estrutura consolidada, o Mirassol não se apoia apenas nisso — até porque outras equipes também têm recursos semelhantes. O diferencial está no trabalho humano. O vice-presidente e gestor Juninho Antunes é apontado como o arquiteto desse projeto que segue em construção e acumula resultados inéditos.

A montagem do elenco também foi decisiva. Veteranos e jovens jogadores foram escolhidos não apenas pelo talento, mas pelo perfil competitivo e pela capacidade de manter um ambiente leve e unido. Sob o comando de Rafael Guanaes, que virou unanimidade nacional, o clube encontrou uma sintonia rara.

O desempenho individual também chamou atenção. Walter, que cogitava a aposentadoria no início do ano, deve encerrar a temporada como um dos melhores goleiros do Brasileirão. Reinaldo vive seu ano mais artilheiro na elite, aos 36 anos, com 14 gols marcados. Nomes como Lucas Ramon, Jemmes, João Victor, Danielzinho, Negueba e Alesson deixaram o anonimato e se projetaram nacionalmente. O banco também respondeu com qualidade, com atletas como Daniel Borges, Gabriel Knesowitsch, José Aldo, Carlos Eduardo e Cristian.

A temporada de 2026, porém, promete desafios maiores. Com calendário apertado e quatro competições — Paulistão, Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores —, a exigência será compatível com o novo patamar que o clube alcançou. O Mirassol não será mais tratado como surpresa.

Mas o Leão caipira já provou que não teme território desconhecido. O time amarelo e verde segue firme espalhando coragem pelo Brasil — e, agora, pela América. Se mantiver o DNA que o trouxe até aqui, a colheita continuará farta.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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