Não é novidade para quem acompanha o vôlei masculino brasileiro que o ciclo iniciado após os Jogos Olímpicos de Paris seria desafiador. As aposentadorias de dois dos maiores nomes da história recente da seleção — Lucão e Bruninho — deixaram uma lacuna não apenas técnica, mas também de liderança. Além deles, o ponteiro Leal, cubano naturalizado brasileiro, também anunciou sua despedida da equipe nacional.
Antes mesmo do início da Liga das Nações, o técnico Bernardinho foi claro ao dizer que o Brasil teria que se adaptar a um novo papel nas competições. A renovação, que já havia começado sob o comando de Renan Dal Zotto, agora seria intensificada. Ele alertou que os jovens precisariam de tempo tanto para competir no mais alto nível quanto para se acostumar com a responsabilidade de defender uma das seleções mais tradicionais do voleibol mundial.

Dos 30 jogadores inscritos para a Liga das Nações, 11 estão tendo a primeira oportunidade de vestir a camisa da seleção. Entre os convocados, 16 têm menos de 25 anos. Bernardinho já antecipou que o processo de renovação será acelerado com foco nos Jogos Olímpicos de 2028. E, até o momento, o desempenho tem surpreendido positivamente: após a segunda semana de competição, o Brasil lidera a tabela com sete vitórias em oito partidas, sofrendo apenas uma derrota, para Cuba.
Entre os adversários já superados estão potências como Polônia e Itália — respectivamente primeira e terceira colocadas no ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Mesmo considerando que várias seleções também passam por renovação ou ainda não estão com força máxima, o desempenho da equipe brasileira é animador.
Já não contamos com os grandes nomes que marcaram época no cenário mundial, mas o futuro começa a ser escrito por jovens como Honorato, Lukas Bergmann, Maique, Judson, Darlan e Adriano. Eles se unem a atletas mais experientes, como Cachopa, Flávio, Alan Souza e Lucarelli — este último ainda não atuou nesta edição da Liga das Nações —, com o desafio de manter o Brasil entre as principais seleções do mundo.
À frente dessa transição está Bernardinho, um dos técnicos mais vitoriosos da história do esporte. Ele tem assumido o papel de suporte e proteção para essa nova geração, prometendo ser um escudo para que os jovens atletas não sintam o peso da responsabilidade de imediato. A jornada até 2028 será longa, mas o início é promissor.