O futebol brasileiro tem seus bastidores tão intensos quanto os jogos dentro de campo. E um deles continua mais vivo do que nunca: o famoso “bicho”. Aquela premiação por fora, que não vem no salário, mas que todo jogador espera quando a vitória vem. Pode ser por vencer um clássico, escapar do rebaixamento ou garantir vaga em torneio internacional — o “bicho” é a recompensa que faz o elenco correr até o último minuto.

De onde veio o termo “bicho”?
A história vem lá de trás. No passado, quando o futebol ainda era amador, os jogadores ganhavam pequenos prêmios depois das partidas — às vezes um leitão, uma galinha ou até um “bicho” mesmo, dado por torcedores e dirigentes como agradecimento pela vitória. O tempo passou, o futebol virou negócio, e o nome ficou. Hoje, o “bicho” é depositado por Pix, mas o espírito continua o mesmo.

tradição que motiva jogadores com prêmios em dinheiro por vitórias, metas e campanhas históricas. Hoje, o incentivo vai do PIX às maletas de milhões!

Como funciona atualmente?
Os clubes definem metas e valores. Ganhou? Tem bicho.
Garantiu permanência ou conquistou acesso? Tem bicho.
Classificou pra Libertadores? O valor dobra.

Os pagamentos são combinados antes — e o valor pode variar de alguns milhares a milhões de reais. Para muitos atletas, principalmente em clubes menores, essa grana faz toda a diferença no fim do mês.

Casos recentes mostram que o bicho ainda é forte:

Mirassol: vivendo a primeira Série A da história e brigando no G-4, o clube prometeu R$ 10 milhões por permanência e mais R$ 7,5 milhões se garantir vaga na Libertadores. Somando tudo, pode passar dos R$ 17 milhões.

Santos: mesmo depois do rebaixamento, o Peixe manteve a tradição — R$ 7 milhões em caso de acesso e cerca de R$ 3,5 milhões já pagos por metas conquistadas.

Ceará: o Vozão também trabalha com premiações altas. O elenco pode receber até R$ 10 milhões pela permanência na Série A, e ainda tem bicho por vitórias — com valor dobrado em clássicos.

📊 Quando o bicho mais aparece:

  • Na luta contra o rebaixamento;

  • Na briga por vaga em torneio internacional;

  • Em clássicos e jogos de peso;

  • Ou quando a diretoria precisa “acordar” o elenco.

Em muitos casos, o bicho serve como combustível emocional. É o empurrão financeiro que motiva o grupo, mostra reconhecimento e reforça o compromisso entre diretoria e jogadores.

Mudança de vida também vem daí
Pra quem vê de fora, pode parecer só mais um bônus, mas pra muita gente é bem mais que isso. Tem jogador que mudou de vida com o dinheiro do bicho — pagou casa, ajudou a família ou começou um investimento. E tem caso, como o do meia Oscar na China, que vive praticamente das premiações, sem sequer mexer no salário milionário.

No fim das contas…
O “bicho” é parte da cultura do futebol brasileiro. Uma mistura de motivação, tradição e estratégia que segue firme mesmo na era dos contratos milionários e dos pagamentos via Pix. Porque no futebol, mais do que os três pontos, vale o suor — e o reconhecimento por ele.