Durante o treino técnico desta segunda-feira em Greensboro, nos Estados Unidos, o auxiliar Vitor Castanheira não parava de incentivar os jogadores com um grito repetido ao fim de cada série de exercícios:
– Faz o gol!
A mesma frase ecoou nas vozes de milhões de torcedores palmeirenses no último domingo, quando o time empatou por 0 a 0 com o Porto, de Portugal, na estreia da Copa do Mundo de Clubes. A atuação consistente contrastou com a frustração pelo placar, e a falta de eficácia ofensiva foi o grande ponto de debate.
– Fizemos um grande jogo, criamos bastante, mas precisamos melhorar um pouco a eficácia. Isso vai elevar o rendimento geral da equipe – avaliou o atacante Flaco López.
Na partida, o Verdão finalizou 17 vezes, com seis chutes no alvo. No fim do primeiro tempo, desperdiçou três chances seguidas — duas delas praticamente dentro da pequena área.

Segundo dados da Fifa, o Palmeiras recebeu 149 bolas no terço final do campo, mais que o dobro do Porto (67), mas não conseguiu transformar o domínio em gols.
A dificuldade em aproveitar as chances criadas não é novidade. O problema ofensivo tem sido pauta no elenco de Abel Ferreira há mais de uma temporada. Para Flaco, além dos treinos táticos e técnicos, o aspecto psicológico é fundamental para reverter a situação já na quinta-feira, quando a equipe enfrenta o Al Ahly, do Egito, às 13h (de Brasília).
– Precisamos seguir nesse caminho e manter mais tranquilidade na hora da finalização. Criamos muito, então é natural errar também, mas é questão de probabilidade. O foco agora é manter a calma – disse o camisa 42.
O Palmeiras dominou as ações, principalmente no segundo tempo diante do Porto, e o desempenho após as substituições pode levar Abel Ferreira a promover alterações no time titular.
Tanto Paulinho quanto Flaco López entraram bem nas vagas de Mauricio e Vitor Roque, respectivamente. O caso de Paulinho é tratado com cuidado: ele ainda segue um planejamento específico de controle de carga, devido à cirurgia na canela realizada no fim do ano passado.
– A lesão que tive foi bem grave, algo incomum no futebol. É preciso muita cautela, porque, em momentos de maior intensidade, a dor pode voltar e atrapalhar o rendimento no dia a dia – explicou o atacante no domingo.
– Mas a comissão médica está fazendo esse controle para que eu esteja sempre nas melhores condições de ajudar o Palmeiras, seja jogando poucos ou muitos minutos – completou.
Já Flaco, com características distintas de Vitor Roque, se destaca pelo jogo aéreo. O argentino já marcou 10 gols na temporada e está na briga pela artilharia do time, atrás apenas de Estêvão, com 11 gols. Roque soma três tentos.
– Estou sempre pronto, dou meu máximo. Mas a decisão é do treinador. O importante é que todos estejam preparados e com vontade de jogar – concluiu o argentino.