Pilotos detonam regra de duas paradas no GP de Mônaco e criticam formato da corrida: “Isso não é uma corrida”

-

A nova regra de duas trocas obrigatórias de pneus no GP de Mônaco não agradou em nada aos pilotos. Após a corrida deste domingo, muitos criticaram duramente a decisão da Fórmula 1 de mudar o regulamento especificamente para Monte Carlo — circuito onde, tradicionalmente, é exigida apenas uma parada, como nas demais etapas do calendário. A mudança foi uma tentativa da organização de aumentar a emoção em um dos circuitos mais travados do mundo, mas não surtiu o efeito esperado.

O mais contundente foi Carlos Sainz, da Williams, que terminou em décimo lugar. O espanhol se envolveu em uma confusão no meio do grid, disputando posições com seu companheiro Alexander Albon, além das duplas da RB e da Mercedes. Sainz afirmou que os pilotos Liam Lawson e Isack Hadjar reduziram o ritmo de propósito, forçando o pelotão de trás a fazer o mesmo — uma manobra para favorecer seus companheiros na estratégia de pit stops.

  • “Isso é algo que eu não gosto de ver. Infelizmente, (Liam) Lawson fez isso primeiro com a gente, e não esperávamos. Entramos em pânico e a única solução que tivemos foi fazer o mesmo com o restante do grid. Estou muito desapontado com essa corrida e, na verdade, com o esporte em geral. Não corremos uma corrida, simplesmente fizemos o que quisemos”, desabafou Sainz.

O espanhol ainda foi além, afirmando que a corrida foi manipulada pelos próprios pilotos, que reduziram o ritmo intencionalmente, e pediu uma mudança urgente no regulamento para evitar esse tipo de situação no futuro.

  • “Se colocarem uma regra que proíba manipular a corrida controlando o ritmo, aí sim. Porque, no fim, isso é manipular o resultado. Há 20 anos, vimos penalidades por manipulação de resultados… e agora as corridas são manipuladas todos os dias aqui em Mônaco, e nada acontece”, completou Sainz.

Foto: Zak Mauger/LAT Images

Ironia e críticas: Verstappen e Russell engrossam o coro

Max Verstappen, da RBR, também não poupou críticas, adotando um tom sarcástico. Após liderar parte da corrida com uma estratégia de apenas uma parada — esperando uma bandeira vermelha que nunca veio — o holandês precisou fazer seu segundo pit stop na última volta, perdendo a liderança.

  • “Você não consegue ultrapassar aqui, não importa o que faça. Uma parada, dez paradas, tanto faz. No fim, eu estava liderando, com os pneus completamente destruídos, e mesmo assim ninguém me passava. Hoje em dia, com um carro de F1, você só consegue ultrapassar um carro de F2 por aqui. Entendo a ideia da mudança, mas ela não funcionou”, criticou.

Em tom bem-humorado, Verstappen ainda fez uma comparação inusitada:

  • “Estávamos quase jogando Mario Kart. Precisamos colocar cascas de banana na pista, quem sabe! Traçado escorregadio!”, brincou o tetracampeão.

Na mesma linha, George Russell, da Mercedes, fez uma sugestão inusitada:

  • “Cada piloto poderia ter um botão para acionar sprinklers (chuveiros de água) na pista. Pode escolher se usa na classificação ou na corrida, mas só uma vez no fim de semana. Isso apimentaria as coisas, porque não sabemos o que vai acontecer”, ironizou.

Logo depois, mais sério, Russell expressou claramente sua frustração:

  • “Essa corrida é uma piada, a não ser que chova muito. Nos últimos anos, tivemos sorte de ter chuva, mas isso é Mônaco. 95% das pessoas que vêm aqui não vêm pela corrida. Isso não é uma corrida de verdade”, disparou.

Hadjar desabafa: “Quase dormi na corrida”

Até quem teve bom desempenho, como Isack Hadjar, que terminou em sexto, não escondeu o tédio:

  • “A corrida é tão longa… você precisa se manter focado. Teve hora que eu comecei a acelerar só pra não dormir. Aumentava a velocidade nas partes mais rápidas só pra me manter acordado”, revelou o francês da RB, entre risos e críticas.

A Fórmula 1 volta à pista no próximo domingo com o GP da Espanha, em Barcelona, nona etapa da temporada 2025.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

OUTRAS MATÉRIAS

Flamengo desafia desfalques e altitude para confirmar vaga diante do Bolívar...

Desfalcado e na altitude de La Paz, o Flamengo vai em busca da vaga nas quartas de final da Copa Libertadores nesta quinta, às...
Sair da versão mobile