O consultor da RBR, o austríaco Helmut Marko, esclareceu os motivos da equipe para substituir Liam Lawson por Yuki Tsunoda após apenas duas corridas. A saída do neozelandês gerou descontentamento em Max Verstappen, principal nome da escuderia, e Marko admitiu que o tetracampeão não ficou satisfeito com a decisão. Apesar disso, destacou que a mudança também visa beneficiar o holandês:
– Sabemos que o Max não está feliz, mas precisamos de dois carros na frente – não só para o campeonato de construtores, mas também para ajudar Max a ganhar o quinto título mundial. Então, você pode alcançar mais, estrategicamente, nas corridas. Podemos usar a experiência e a fase de Yuki agora, isso conta – disse ao “De Telegraaf”, antes de concluir:
– No fim das contas, isso é para a vantagem da equipe, e para a vantagem de Max.
Verstappen demonstrou seu descontentamento de forma sutil, mas pública. O holandês curtiu uma publicação de seu compatriota Giedo Van der Garde em uma rede social. Na postagem, Van der Garde criticava a decisão da RBR, afirmando que Lawson teve apenas duas corridas para “esmagar seu espírito”, demonstrando apoio ao jovem piloto.
Em entrevista à “BBC”, Marko revelou que Lawson perdeu confiança durante o curto período na RBR e, por isso, não conseguiu demonstrar seu verdadeiro potencial. No entanto, ele fez questão de reforçar que a troca não representa um “rebaixamento” para o neozelandês, citando os exemplos de Pierre Gasly e Alexander Albon, que também passaram por situações similares e conseguiram se reerguer na F1.
– Ele não foi chutado da F1, e a RB vai dar a ele a chance de recuperar, a carreira dele vai começar de novo. Para o benefício dele, ele volta para a RB, que tem um carro capaz de ser top 10 na classificação e na corrida. Olhe para o passado, foi o mesmo com Gasly, também com Albon. Eles se recuperaram e agora são pilotos competitivos. Além disso, o RB21 é um carro que não é o mais rápido, mas ainda assim muito difícil de dirigir. Max pode lidar com isso; neste estágio, Liam não pode – afirmou.
A RBR é conhecida por investir em jovens talentos por meio de sua academia, que também alimenta a RB. No grid atual da Fórmula 1, sete pilotos passaram pelo programa da equipe austríaca: Max Verstappen, Liam Lawson, Yuki Tsunoda, Alexander Albon, Pierre Gasly, Carlos Sainz e Isack Hadjar.
Porém, a estratégia da equipe nem sempre produz os resultados esperados, e as trocas de pilotos são uma constante na história da RBR. Desde sua estreia na F1 em 2005, a equipe promoveu nove trocas no meio da temporada – quase sempre envolvendo a RB.
Ao dispensar Sergio Pérez ao fim de 2024, a RBR precisou tomar uma decisão: promover Yuki Tsunoda, que já acumulava quatro temporadas na RB, ou apostar em Liam Lawson, com apenas 11 Grandes Prêmios disputados? Inicialmente, a equipe optou por testar o neozelandês, mas manteve Tsunoda como uma opção de reserva, caso fosse necessário. No fim, a experiência do japonês pesou para sua promoção definitiva.
