A Red Bull Racing anunciou nesta quarta-feira o desligamento imediato de Christian Horner do cargo de chefe de equipe e CEO, encerrando uma trajetória marcante de duas décadas no comando da escuderia austríaca na Fórmula 1. Horner assumiu o time em 2005 e foi protagonista de uma era vitoriosa, com oito títulos de pilotos, seis de construtores, além de 124 vitórias e 287 pódios em 405 Grandes Prêmios disputados.
Para ocupar o cargo, a equipe confirmou Laurent Mekies, ex-Ferrari e até então ligado à RB, como novo chefe da Red Bull Racing. Já na equipe satélite — composta por Liam Lawson e Isack Hadjar — o comando ficará a cargo do diretor esportivo Alan Permane.
Horas após o anúncio, a Red Bull publicou uma nota nas redes sociais agradecendo a contribuição de Horner, reforçando que o dirigente “sempre será uma parte importante da história” da equipe:
“Após 20 anos na equipe, Christian Horner deixa a RBR como diretor e CEO da equipe. Agradecemos a ele por seu trabalho incansável e excepcional. Ele foi fundamental para transformar esta equipe em uma das mais bem-sucedidas da F1, com oito títulos de pilotos e seis de construtores. Obrigado por tudo, Christian, você sempre será uma parte importante da história da nossa equipe”, escreveu o time, na publicação.

Segundo o jornal alemão Bild, a decisão foi tomada por Oliver Mintzlaff, CEO da holding que controla as equipes e outros ativos da Red Bull. A saída de Horner também ocorre em meio a rumores sobre uma possível transferência de Max Verstappen para a Mercedes.
A demissão sucede episódios recentes de tensão interna na RBR. Um dos mais marcantes foi a saída precoce de Liam Lawson após apenas duas corridas em 2025, o que causou descontentamento em Verstappen. O holandês chegou a se manifestar nas redes sociais, e sua insatisfação foi confirmada por Helmut Marko, consultor da equipe.
Outro episódio que abalou a permanência de Horner ocorreu no início de 2024, quando ele foi alvo de uma investigação interna por suposto comportamento inapropriado contra uma ex-funcionária. Apesar de isento pela apuração — considerada inconclusiva — o caso ganhou novos contornos quando uma pasta com 79 mensagens de conteúdo íntimo, supostamente trocadas entre ele e a funcionária, foi vazada durante o GP do Bahrein.
Mesmo sem comentar publicamente o episódio, Horner recebeu críticas de figuras importantes do paddock, como Toto Wolff (Mercedes), Zak Brown (McLaren), e dos pilotos Lewis Hamilton e George Russell. O presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, chegou a solicitar apoio público de Verstappen a Horner, mas o piloto se recusou.

O caso ainda escancarou o desgaste no relacionamento entre Horner e Jos Verstappen, pai de Max, além de intensificar uma disputa de bastidores entre Horner e Helmut Marko, que conta com o apoio da família Verstappen. Max chegou a afirmar que deixaria a equipe caso Marko fosse demitido.
Ainda em 2024, a Red Bull sofreu perdas significativas nos bastidores, com as saídas do diretor esportivo Jonathan Wheatley, hoje chefe da Sauber, e do projetista Adrian Newey, contratado pela Aston Martin.
A Red Bull inicia uma nova fase sob nova liderança a partir do GP da Bélgica, em 27 de julho.