Relatório da PF aponta envolvimento de Bruno Henrique e familiares em esquema de manipulação de apostas

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A Polícia Federal divulgou um relatório com evidências que envolvem o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e seus familiares em um suposto esquema de manipulação de resultados no futebol, com foco em apostas esportivas. As investigações foram iniciadas em agosto de 2024, após movimentações suspeitas relacionadas ao jogador no Campeonato Brasileiro de 2023.

Segundo o documento de 84 páginas, três casas de apostas notificaram autoridades sobre apostas fora do padrão envolvendo a aplicação de cartões a Bruno Henrique em um jogo contra o Santos, disputado em Brasília. Na ocasião, o atacante recebeu um cartão amarelo e, logo depois, um vermelho. A PF concluiu que as ações podem ter sido premeditadas para favorecer apostadores.

A partir da análise de celulares apreendidos em operação realizada em novembro do ano passado, a Polícia transcreveu diálogos entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior. Em uma conversa de agosto de 2023, Wander pergunta se Bruno já havia recebido dois cartões amarelos no campeonato. O jogador confirma, e o irmão solicita que seja avisado caso decida forçar o terceiro. Bruno responde que isso aconteceria na partida contra o Santos. Wander agradece e diz que “vai guardar o dinheiro com sucesso”.

Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Na véspera do jogo, em 29 de outubro, Bruno envia uma mensagem questionando se o irmão se lembra de uma conversa anterior. Na sequência, liga para ele. O relatório aponta que a chamada pode ter sido um aviso sobre a intenção de forçar o cartão. Após a partida, em dezembro, Wander cobra Bruno Henrique por não ter sido recompensado pela “ideia do Santos”.

Bruno Henrique, o irmão, a cunhada, uma prima e amigos próximos da família foram indiciados por fraude em competição esportiva, crime previsto na Lei Geral do Esporte, com pena de 2 a 6 anos de prisão. Além disso, o grupo também foi acusado de estelionato, com pena de 1 a 5 anos. Os demais envolvidos foram indiciados apenas por estelionato.

O caso agora segue para o Ministério Público do Distrito Federal, que irá decidir se formaliza a denúncia à Justiça. O processo corre em Brasília, local onde a partida entre Flamengo e Santos foi disputada. Já na esfera esportiva, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deve reabrir o processo, arquivado em novembro de 2024 por falta de indícios na época.

Se condenado na Justiça Desportiva, Bruno Henrique poderá ser suspenso ou até mesmo banido do futebol — pena já aplicada a outros cinco ex-jogadores em casos semelhantes.

O Flamengo, até o momento, se limitou a divulgar uma nota oficial reforçando seu compromisso com a ética no esporte e defendendo a presunção de inocência do atleta até o fim das investigações. A defesa de Bruno Henrique informou que o jogador não irá se manifestar publicamente sobre o caso.

Carlos Augusto
Carlos Augusto
Sou jornalista, pós-graduado em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, com graduação em Jornalismo e formação técnica em Administração. Minha carreira em Comunicação é marcada pelo desenvolvimento de habilidades em pesquisa, apuração de fatos, controle e elaboração de relatórios, além de criação de conteúdo voltado tanto para comunicação externa quanto interna. Ao longo da minha trajetória, atuei no desenvolvimento de pautas e redação de matérias, criação de conteúdo visual e apoio em campanhas de endomarketing. Nessas funções, minha dedicação à precisão e à responsabilidade na transmissão de informações tem sido uma constante.

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