O Santos apresentou ao Conselho Deliberativo o balancete do segundo trimestre de 2025, revelando um déficit de R$ 42.991.396 entre abril e junho. O número superou a previsão orçamentária de R$ 38.823.657 estimada no início da temporada. A diretoria prevê revisar a projeção em novembro.
Considerando todo o primeiro semestre, que incluiu o investimento no primeiro contrato de Neymar, a diferença entre o déficit projetado e o realizado chegou a 29,51%. O Conselho Fiscal apontou que os principais gastos foram com contratações de jogadores e a folha salarial, refletindo a reformulação do elenco após a disputa da Série B em 2024 e o retorno à Série A.
Entre janeiro e junho, o Santos contratou dez atletas: Neymar, Rollheiser, Thaciano, Tiquinho, Zé Rafael, Deivid Washington, Gabriel Veron, Leo Godoy, Zé Ivaldo e Barreal. Além disso, o clube recebeu o retorno de Soteldo, que estava emprestado ao Grêmio. Durante o período, Deivid Washington voltou ao Chelsea, Verón foi vendido ao Juventude e Leo Godoy transferido para o Independiente-ARG.

No meio do ano, Soteldo foi negociado com o Fluminense por R$ 40 milhões, receita que será contabilizada no próximo balancete. A situação financeira teve melhora na recente janela de transferências, na qual o Santos registrou superávit de R$ 54 milhões, considerando 17 saídas e oito chegadas de jogadores, incluindo três contratações com gastos em direitos econômicos: Duarte, Frías e Caballero.
O clube projeta receber mais de R$ 106 milhões até o fim da gestão de Marcelo Teixeira com as negociações recentes. Além de Soteldo, Luca Meirelles foi vendido ao Shakhtar-UCR por R$ 63 milhões, João Paulo emprestado ao Bahia por R$ 1,6 milhão, e Diego Borges ao Amazonas por R$ 318 mil.
Recomendações do Conselho Fiscal
O relatório do Conselho Fiscal trouxe orientações para melhorar o equilíbrio financeiro do clube:
Reduzir a folha salarial, implementando um teto proporcional à receita e priorizando jogadores da base;
Revisar contratos administrativos, enxugar serviços terceirizados e renegociar parcerias menos estratégicas;
Priorizar acordos trabalhistas e tributários para conter o crescimento dos passivos;
Alongar dívidas, buscando reduzir juros por meio de novas captações e patrocínios;
Elaborar um planejamento orçamentário realista, com revisões periódicas conforme o estatuto;
Criar um comitê de execução orçamentária para acompanhamento mensal e controle do endividamento.