Nesta terça-feira (4), a romena Simona Halep, ex-número 1 do mundo e bicampeã de Grand Slams, anunciou sua aposentadoria do tênis profissional. A decisão veio após uma derrota dolorosa na estreia do WTA de Cluj-Napoca, na Romênia, onde foi superada pela italiana Lucia Bronzetti por 2 sets a 0 (6/1 e 6/1), em apenas 59 minutos de jogo.
- Mesmo que meu desempenho não tenha sido bom, joguei com a alma. Estou feliz que vocês tenham vindo, e me pergunto se voltarei novamente. Mas, por enquanto, esta foi a última vez que joguei aqui, e não quero chorar – disse Halep, visivelmente emocionada.

Carreira de sucesso e polêmicas recentes
Halep, de 32 anos, estreou profissionalmente em 2007 e alcançou o auge de sua carreira em 2017, quando se tornou a número 1 do mundo após chegar à final de Roland Garros. No ano seguinte, conquistou seu primeiro título de Grand Slam no torneio francês, e em 2019, levantou o troféu de Wimbledon, consolidando-se como uma das maiores tenistas de sua geração.
No entanto, os últimos anos de sua carreira foram marcados por uma polêmica envolvendo doping. Em 2022, Halep testou positivo para roxadustat, uma substância proibida que estimula a produção de glóbulos vermelhos, durante o US Open. A tenista alegou que a contaminação ocorreu por meio de um suplemento fornecido por seu então treinador, Patrick Mouratoglou, ex-técnico de Serena Williams.
Inicialmente suspensa por quatro anos, Halep recorreu da decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que, em março de 2024, reduziu a punição para nove meses, concluindo que a contaminação foi acidental e que não houve intenção de dopagem.
Tentativa de retorno e críticas ao sistema
Após a conclusão do caso, Halep recebeu um wildcard para o Miami Open e tentou retomar sua carreira. No entanto, o longo período de inatividade e a perda de ritmo competitivo dificultaram seu retorno ao mais alto nível. Recentemente, a romena criticou a diferença de tratamento em casos de doping, citando os exemplos do número 1 do mundo, Jannik Sinner, e da vice-líder do ranking feminino, Iga Swiatek.
Legado e despedida
Em sua despedida, Halep refletiu sobre sua trajetória e os desafios enfrentados:
- Sempre fui realista comigo e com meu corpo. É muito difícil voltar ao topo, e eu sei o que significa estar lá. Me tornei a número 1 do mundo, ganhei Grand Slams, era tudo o que eu queria. A vida continua, existe vida além do tênis, e espero que nos vejamos novamente.
Simona Halep deixa um legado impressionante, com 24 títulos de WTA, dois Grand Slams e semanas como líder do ranking mundial. Sua aposentadoria marca o fim de uma era para o tênis romeno e para os fãs do esporte ao redor do mundo.
