sábado, 11 de outubro De 2025

SITUAÇÃO FINANCEIRA PREOCUPANTE

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Foto: cnn brasil
Foto:CNN Brasil

 

Entenda o Déficit: A Realidade Financeira do São Paulo
A recente notícia de que o São Paulo pode fechar o ano de 2025 com um déficit de R$ 48 milhões pode soar alarmante, mas para o torcedor que quer entender o que isso realmente significa, é preciso ir além do número. Usando conceitos técnicos de finanças de forma simples, vamos explicar a situação do clube.
Receita x Despesa: O Balanço das Finanças
De forma bem básica, o resultado financeiro de qualquer empresa, incluindo um clube de futebol, é a diferença entre o que ela recebe (receita) e o que ela gasta (despesa).
* Superávit: Ocorre quando a receita é maior que a despesa. Em termos simples, é quando o clube “lucra”. O São Paulo, em seu orçamento inicial para 2025, esperava um superávit.
* Déficit: É o oposto. Ocorre quando a despesa é maior que a receita. Em outras palavras, o clube gasta mais do que arrecada e, por isso, tem prejuízo. É exatamente o que as projeções atuais indicam para o São Paulo no final do ano.
O São Paulo até conseguiu aumentar suas receitas, mas os gastos subiram ainda mais, desequilibrando a balança.
Análise dos Gastos: Onde o Dinheiro Foi Gasto?
O relatório financeiro aponta um aumento significativo nas despesas, especialmente em áreas-chave:
* Folha Salarial: A folha de pagamento dos atletas é o maior e mais recorrente gasto. Se a folha salarial sobe acima do que foi planejado no orçamento, cria-se um buraco que é difícil de cobrir, a não ser que o clube aumente suas receitas de forma significativa e imediata, o que nem sempre é possível.
* Departamento de Futebol: Gastos com contratações, comissões de empresários e outros custos operacionais do futebol também contribuem para o déficit.
Quando as despesas extrapolam o orçamento, significa que a gestão de custos não foi eficaz como deveria. Isso mostra que o clube gasta mais do que pode, comprometendo sua saúde financeira.

Foto: folha/UOL
Foto:folha/UOL

O DÉFICIT E A DÍVIDA: UMA ESPIRAL DE CRESCIMENTO

Um erro comum é confundir déficit com dívida, mas eles estão intimamente ligados:
* O déficit é o prejuízo de um determinado período (no caso, o ano de 2025).
* A dívida é o acúmulo de todos os déficits passados.
O déficit de R$ 48 milhões em 2025 será somado à dívida atual do clube, que já é alta. Em um cenário de prejuízo contínuo, a dívida total do São Paulo pode chegar a quase R$ 1 bilhão.
Essa dívida crescente dificulta o pagamento de credores (outros clubes, jogadores, bancos, etc.) e aumenta os juros, criando um ciclo financeiro negativo que exige medidas drásticas e dolorosas, como a venda de jogadores promissores para gerar receita ou a busca por empréstimos.
Em resumo, o déficit atual do São Paulo não é apenas um número negativo; é um sinal de alerta. Ele indica uma gestão financeira desequilibrada onde as despesas superaram as receitas. Para reverter essa situação, o clube precisará de um controle de gastos rigoroso, estratégias para aumentar as receitas e, principalmente, uma reestruturação financeira para sair da espiral do endividamento.
A Visão da Diretoria: Declarações do Presidente Julio Casares
Em resposta aos números, o presidente Julio Casares se manifestou, reconhecendo que a situação financeira “está longe do ideal” e explicando as medidas que estão sendo tomadas. As principais ações e justificativas do presidente são:
* Causas do Déficit: Casares apontou que o resultado negativo é multifatorial. Ele citou a alta folha salarial para manter um elenco competitivo, o pagamento de juros de empréstimos, a quitação de tributos e multas (alguns ainda da época da pandemia) e uma mudança na forma de contabilização dos gastos com a base de Cotia, que agora são registrados como despesas e não como investimento.
* Criação do Fundo de Investimento (FIDC): Para combater o endividamento, o clube criou um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), em parceria com empresas do mercado financeiro. Segundo o presidente, o fundo já captou R$ 135 milhões. A ideia é usar esses recursos para alongar o prazo e reduzir o custo das dívidas.
* Aposta em Receitas Futuras: Casares mantém o otimismo com a expectativa de que o clube feche o ano com superávit. Ele também destacou que o São Paulo possui mais de R$ 2 bilhões em receitas garantidas até 2030, o que não inclui valores de vendas de atletas, bilheteria e programas de sócio-torcedor, que podem contribuir ainda mais para o caixa.
* Cultura de Gastos: O presidente ressaltou a necessidade de uma “mudança de cultura” no clube e a imposição de limites de gastos para as próximas gestões, visando a sustentabilidade a longo prazo.

Fontes:
* Relatório financeiro do São Paulo Futebol Clube referente ao primeiro semestre de 2025 (divulgado para o Conselho Deliberativo).
* Entrevistas e declarações de Julio Casares, presidente do São Paulo, a veículos de imprensa.

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