A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) apresentou nesta quinta-feira (9) uma série de denúncias envolvendo personagens do clássico entre São Paulo e Palmeiras, disputado no último domingo pelo Campeonato Brasileiro. Entre os alvos estão os árbitros da partida, dirigentes do clube tricolor e o atacante palmeirense Vitor Roque.
O árbitro principal Ramon Abatti Abel e o responsável pelo VAR, Ilbert Estevam, foram denunciados por “deixar de observar as regras da modalidade”, conforme o artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A acusação se baseia em dois lances polêmicos: um possível pênalti não marcado de Allan sobre Tapia e uma falta dura de Andreas Pereira em Marcos Antônio, que poderia ter resultado em expulsão. Caso sejam considerados culpados, os árbitros podem ser afastados por 15 a 120 dias.
Ambas as jogadas ocorreram quando o São Paulo ainda vencia por 2 a 0. O clube acredita que as decisões da arbitragem foram determinantes para a virada do Palmeiras, que venceu o jogo por 3 a 2.

A irritação com o resultado gerou também a denúncia contra os dirigentes Rui Costa e Carlos Belmonte, do São Paulo. Eles foram citados na súmula por ofenderem o árbitro Ramon Abatti Abel após o apito final, no túnel de acesso aos vestiários. Segundo o relato, Belmonte teria dito: “Filma ele, a vergonha dele aí, o VAR não veio”, enquanto Rui Costa teria gritado: “Vai tomar no c, uma vergonha”*. Ambos foram identificados pelo delegado da partida e podem receber suspensão de 15 a 180 dias.
Outra situação avaliada pelo STJD envolve o atacante Vitor Roque, do Palmeiras. Após o clássico, o jogador publicou em suas redes sociais a imagem de um tigre — seu apelido — mordendo o pescoço de um veado, o que foi interpretado como ato discriminatório, enquadrado no artigo 243-G do CBJD. A punição prevista é de cinco a dez jogos de suspensão.