Início Futebol Brasileirão (Série A) Três rebaixados e seis estrangeiros? Proposta gera debate para clubes, mas só...

Três rebaixados e seis estrangeiros? Proposta gera debate para clubes, mas só para 2027

201
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Realizado nesta terça-feira, o Conselho Técnico da CBF serviu como embrião de duas possíveis mudanças que vão gerar debates nos próximos meses: a mudança na regra do rebaixamento e de estrangeiros permitidos por partida no futebol brasileiro. O Conselho Nacional de Clubes, empoderado para ser além de uma comissão consultiva, vai ter a missão de levantar e pesar os argumentos prós e contras para os próximos meses.

Mas já há um entendimento: assim como no caso dos gramados — em que se vai decidir sobre possível veto aos sintéticos mais adiante —, qualquer decisão só entrará em vigor a partir de 2027. No caso do número de estrangeiros, que aumentou de cinco até nove nos últimos anos, a ideia é respeitar os contratos de jogadores em vigor. São mais de 130 atletas de nacionalidade estrangeira na Série A.

Marcos Bocatto, superintendente de novos negócios no Corinthians, conversa com Marcelo Teixeira, presidente do Santos, e Leila Pereira, presidente do Palmeiras, no Conselho Técnico da Série A — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Recentemente, até o técnico da seleção brasileira masculina, Dorival Júnior, defendeu a redução na permissão de estrangeiros no futebol brasileiro e justificou com olhar para o aproveitamento de jovens formados em clubes. A proposta a ser levada para debate prevê a redução de nove para seis estrangeiros. Mas existe a possibilidade de fazer redução gradativa para facilitar o planejamento dos clubes. Lembrando que a proibição é entre os relacionados para jogos, com permissão liberada para cada elenco ter a quantidade de estrangeiros que desejar.

Outra redução, mais polêmica, é do número de rebaixados. A fórmula de pontos corridos do Brasileirão da Série A vem desde 2003 e se ajustou em três temporadas até chegar em 2006 ao modelo atual. Ou seja, com 20 clubes, dos quais quatro caem à Série B, e quatro sobem para a A.

Já houve alguns manifestos no futebol brasileiro pela revisão do número de rebaixados — o argumento mais usado é da desproporcionalidade do descenso, rebaixando 20% do campeonato (4 de 20). O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, citou, em entrevista ao Abre Aspas do ge, os casos de Fluminense e Atlético-MG, que estavam na Libertadores e lutaram contra a queda, mais como “problema de calendário do que de gestão administrativa”.

Na sexta-feira, os clubes da Série B de 2025 também fazem o seu conselho técnico na CBF e vão eleger seus representantes no Conselho Nacional de Clubes. A mudança na regra do rebaixamento não impactaria na edição de 2026 do campeonato, mas se refletiria em todas as divisões. Caso a proposta avance no futuro, três cairiam da A para a B e, portanto, só poderiam subir três da B para a A, assim sucessivamente até a Série D, a última divisão nacional do futebol masculino.

O CNC deve se reunir mensalmente na CBF, com sala própria, para iniciar os estudos e os debates ao longo de 2025. Na Série A, os clubes indicados são Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, São Paulo e Vasco, com o Palmeiras indicado como convidado. O presidente do CNC é Marcelo Paz, do Fortaleza.

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, no Conselho Técnico da Série A, na CBF — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

200