Em depoimento prestado por videoconferência nesta segunda-feira, o atacante Vinícius Júnior afirmou ter temido por sua vida e pela segurança de sua família após torcedores do Atlético de Madrid pendurarem um boneco com sua camisa, simulando um enforcamento, às vésperas de um clássico com o Real Madrid em janeiro de 2023. O jogador declarou que o ato teve motivação racial.
O depoimento foi colhido antecipadamente porque o jogador estará com o Real Madrid na disputa do Mundial de Clubes durante o julgamento, que começa em 16 de junho, no Tribunal Provincial de Madri. Quatro homens, com idades entre 19 e 24 anos e ligados à torcida organizada Frente Atlético, são acusados de envolvimento no episódio.
O Ministério Público espanhol acusa os réus de cometer crime contra os direitos fundamentais, a dignidade e a integridade moral, além de ameaça incondicional. A pena solicitada é de quatro anos de prisão, além de uma indenização de seis mil euros (cerca de R$ 38 mil) a ser paga de forma solidária ao jogador.

O caso ganhou repercussão internacional quando, no dia 26 de janeiro de 2023, um boneco com a camisa de Vini Jr. foi pendurado em uma ponte de Madri, com uma faixa exibindo a frase “Madri odeia o Real”, lema da torcida organizada rival. O ato foi amplamente condenado por entidades como a LaLiga, a Federação Espanhola de Futebol (RFEF), o Real Madrid e o próprio Atlético de Madrid, que classificaram o episódio como “repugnante” e “inadmissível”.
A audiência será conduzida pelo Tribunal de Instrução nº 28 de Madri e contará com as acusações formais apresentadas pelo Ministério Público, pela RFEF e pela Liga Nacional de Futebol Profissional.