Fernando Alonso, um dos pilotos mais vitoriosos da Fórmula 1, com dois títulos mundiais e 32 vitórias, atravessa um dos momentos mais frustrantes de sua longa carreira. Aos 43 anos, o espanhol da Aston Martin soma zero ponto após sete etapas da temporada 2025 — algo inédito para ele em um carro teoricamente competitivo.
Na última corrida, em Ímola, Alonso chegou a se classificar em quinto no sábado, alimentando esperança de finalmente pontuar. No entanto, uma estratégia equivocada — não parou nos boxes durante o safety car virtual — fez com que, com pneus desgastados, perdesse várias posições. Terminou em 11º, fora da zona de pontos, e extravasou a frustração pelo rádio:
– Vai ser uma tortura! Eu sou o piloto com a pior sorte da p… do mundo! – esbravejou Alonso.
A frustração ficou evidente também nas imagens: o espanhol chegou a dar tapas na própria cabeça durante a corrida.
– É tão injusto. Inacreditável. De 100 corridas, 99 seriam suficientes (para os pontos). Tinha que a ser a única em cem! – lamentou após a prova.
Desempenho muito abaixo do esperado
Além do mau resultado em Ímola, Alonso:
Terminou em 11º em outras duas etapas
Abandonou duas corridas (acidente na Austrália e problemas de freio na China)

Pesa contra ele um carro limitado. Apesar de atualizações no GP da Emilia-Romagna, a Aston Martin já foca no projeto de 2026, ano em que entra em vigor o novo regulamento técnico. Tanto que o renomado projetista Adrian Newey, recém-contratado, não está envolvido no desenvolvimento do modelo de 2025.
O desempenho contrasta com o de seu companheiro Lance Stroll, que soma 14 pontos e ocupa a décima colocação no campeonato.
Pior início da carreira — até pior que na Minardi
Esta é apenas a quarta vez que Alonso chega zerado à sétima etapa de um campeonato. As outras foram:
2001 (Minardi) – Estreia na F1, com um carro sem qualquer chance de pontuar.
2015 (McLaren-Honda) – Início desastroso com cinco abandonos em sete corridas. Alonso somou só 11 pontos na temporada, com um quinto lugar na Hungria como melhor resultado.
2017 (McLaren-Honda) – Só pontuou na oitava etapa, no Azerbaijão.
A diferença é que, em 2025, o carro da Aston Martin é claramente mais competitivo que os anteriores em que Alonso viveu esses dramas.
Além disso, é raro vê-lo tão atrás do companheiro na tabela. Isso só havia ocorrido em:
2004 (Jarno Trulli) — 36 a 25 para o italiano
2007 (Lewis Hamilton) — 58 a 48 para o britânico
2015 (Jenson Button) — 4 a 0 para Button até a 7ª etapa
2022 (Esteban Ocon) — 30 a 10 para o francês