O quinto lugar no GP do Bahrein não foi, de longe, a corrida mais brilhante da carreira de Lewis Hamilton, mas deixou o heptacampeão empolgado. O motivo não foi tanto o resultado final, mas sim o desempenho – o melhor até agora desde sua chegada à Ferrari. Após a prova, o piloto expressou sua confiança no desenvolvimento da equipe e sua expectativa por melhores colocações no futuro, destacando a evolução no entendimento do carro:
– Acho que o que está claro é que o Charles (Leclerc) começa com uma configuração e continua com ela por todo o fim de semana. Eu estava muito longe dele no último fim de semana, e nesse fim de semana, me aproximei dele antes da classificação – mas aí as configurações estavam todas erradas – iniciou Hamilton, que continuou ao falar com a imprensa:
– Tenho que facilitar para mim. Estou fazendo tudo da maneira difícil no momento. Mas acho que eu entendi como o carro se comporta, então espero que eu possa aplicar isso na próxima semana. Se eu me classificar melhor, posso ter um fim de semana muito melhor. Sei que eu posso, e eu vou – afirmou.
Na corrida anterior, realizada no Japão, Hamilton lamentou o ritmo da Ferrari e explicou que a equipe havia identificado um problema na parte traseira do carro, mas ainda não sabia como resolvê-lo. Para a prova no Bahrein, a Ferrari trouxe um novo assoalho para o carro, o que fez Hamilton se sentir mais confortável e competitivo.

Hamilton largou apenas na nona posição no Bahrein, enquanto seu companheiro de equipe, Charles Leclerc, saiu em segundo. A Ferrari adotou uma estratégia alternativa, começando a corrida com pneus médios, enquanto 15 dos 20 pilotos optaram pelos pneus macios, que são mais rápidos, mas se desgastam mais rapidamente.
O britânico teve um início de corrida regular, ultrapassando Carlos Sainz, mas começou a ganhar posições quando os pilotos que usavam pneus macios foram aos boxes. Por algumas voltas, ele chegou a ficar em segundo, atrás apenas de Leclerc.
Após sua parada nos boxes, Hamilton retornou à pista na décima posição, com um novo conjunto de pneus médios. A partir daí, ele fez uma sequência impressionante de ultrapassagens: superou Jack Doohan, Max Verstappen, Kimi Antonelli e Esteban Ocon em apenas quatro voltas, assumindo a sexta posição. Em seguida, subiu para o quinto lugar após Pierre Gasly trocar seus pneus.
No entanto, sua escalada foi interrompida por um safety car. Hamilton entrou nos boxes e colocou pneus duros, mas não teve o mesmo desempenho que teve com os pneus médios, e acabou se contentando com o quinto lugar – um resultado melhor do que o esperado pela posição em que ele largou.
Após a corrida, Hamilton ressaltou novamente a importância da adaptação à nova equipe, um ponto que ele vem destacando desde o início da temporada, sua primeira após um longo período de sucesso na Mercedes.
– Eu acho que o que é claro é que nós, como humanos, eu acho que estamos presos nos nossos hábitos. Eu dirigia em um certo estilo, de uma certa forma, com a mesma equipe por um longo tempo. Fui para uma equipe nova, e isso requer um estilo diferente de pilotagem e de configurações. Estou usando freio motor, que nós nunca usamos nos anos anteriores. Freios muito diferentes – analisou.

O resultado no Bahrein foi o melhor de Hamilton nesta temporada. Anteriormente, ele havia terminado em décimo lugar na corrida da Austrália, que teve condições de chuva. Na China, foi desclassificado devido à espessura inadequada da prancha do carro, que não atendia aos requisitos mínimos da FIA. Já em Suzuka, terminou em sétimo.
O único momento de brilho de Hamilton na Ferrari ocorreu durante a corrida sprint do GP da China, quando largou da pole position e venceu, embora essa vitória tenha pontuação reduzida em relação à corrida principal. Esse desempenho modesto deixou o britânico na sétima posição do Mundial de Pilotos, com 25 pontos.