quinta-feira, janeiro 23, 2025

Pilotos relatam direção difícil em pista nova e molhada no GP de SP

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Chuva forte e asfalto criticado influenciaram no ritmo e nas decisões das equipes; Fernando Alonso termina prova sentindo dor nas costas com trepidação do carro

Foi uma corrida caótica, com chuva, batidas, safety car e bandeira vermelha. E isso repercutiu nas falas dos pilotos depois do GP de São Paulo, vencido pelo holandês Max Verstappen, da RBR, o líder da temporada 2024 de Fórmula 1. Eles ressaltaram, em entrevistas, as dificuldades em dirigir na pista molhada e recém-reformada do Autódromo de Interlagos e a influência que o mau tempo teve no ritmo, nas estratégias e nas decisões.

— Em alguns lugares não dava nem para andar, porque o carro quicava muito, até onde estava molhado. Definitivamente há trabalho a ser feito para o ano que vem para melhorar as coisas — disse Verstappen, em entrevista coletiva, depois da vitória, a oitava dele na temporada e que o deixa mais perto do tetracampeonato mundial.

— Eu sei que muitas pessoas se dedicaram nisso, não estou querendo falar mal, eu sei que fizeram o melhor que podiam para deixar o asfalto pronto para os carros. Mas agora está com muitos solavancos e definitivamente algo precisa ser feito — complementou.

O asfalto, reformado pela primeira vez em dez anos, já vinha sendo criticado desde o treino livre, mas a situação tornou-se especialmente difícil nesse domingo, quando ocorreram tanto a corrida quanto a classificação, adiada do sábado em razão de um temporal.

— A aderência está ótima, são só alguns solavancos com esse carro (sob os novos regulamentos). Se fosse em 2020 ou 2021 talvez nem tivesse problema, mas esses carros andam (com os assoalhos) muito baixos, e basicamente não tem uma suspensão nele. Está até melhor no que diz respeito à aderência, mas esses solavancos precisam ser melhorados — analisou o francês Esteban Ocon, o 2º colocado no GP de São Paulo.

Ele ressaltou, porém, que não confiava tanto em como o carro da Alpine iria se sair em pista molhada por causa da chuva.

— É difícil às vezes ser pior do que nós somos no seco (risos), mas é ótimo poder executar uma corrida como essa, a estratégia foi certeira e aqui estamos.

O espanhol Fernando Alonso, da Aston Martin, saiu da pista com dores nas costas e, assim como disse no rádio para a equipe durante a corrida, relatou que só não desistiu da prova em respeito ao trabalho dos mecânicos.

— Havia muita trepidação e “porpoising” na segunda metade da pista, eu não sei por quê. Foi uma corrida difícil. Estávamos fora da zona de pontuação, em qualquer outra circunstância provavelmente eu pararia. Mas os mecânicos fizeram um trabalho incrível antes da corrida para colocar o carro pronto no grid — contou o bicampeão.

Ele disse que sofreu com problemas com freios, assim como o companheiro de equipe, o canadense Lance Stroll, que bateu sozinho na volta de apresentação, antes da largada.

— Foi tudo um pesadelo. Precisamos melhorar para a próxima rodada.

O britânico George Russell, da Mercedes, ressaltou a dificuldade de guiar na prova e disse que deveria ter ignorado as chamadas da equipe para o pit stop, pouco antes da bandeira vermelha dada em razão da batida do argentino Franco Colapinto, da Williams. Isso porque, conforme o piloto, era óbvio que haveria uma paralisação da corrida.

— Eram condições impossíveis de dirigir. A chuva não estava diminuindo, e eu conseguia ver a grande nuvem negra acima de mim.

O australiano Oscar Piastri considerou que a segunda parte da corrida, depois da interrupção, os carros da McLaren enfrentaram adversidades “com o ritmo e voltas difíceis”.

Carlos Sainz, da Ferrari, bateu duas vezes, primeiro na classificação, que teve cinco interrupções, e depois na corrida, na qual largou dos boxes por mudanças na caixa de câmbio e em componentes do motor.

— Dois acidentes muito estranhos e infelizes hoje. Um dia de pesadelo, honestamente. Nos dois realmente não havia sinal de que eu iria bater, então não pude fazer nada para evitá-los, mas, ao mesmo tempo, não estava fácil ultrapassar hoje. Começando dos boxes, seria difícil chegar a pontuar em razão da falta de ultrapassagens — comentou o espanhol.

Ele lamentou que, apesar de já ter se destacado como um piloto bom na chuva, tem tido resultados ruins recentemente.

— Sempre fui um piloto muito forte com pista molhada, mas por alguma razão, desde que experimentei este carro no molhado este ano, nunca me senti bem nele. Não sei se simplesmente não colocamos energia em nossos pneus, mas está claro que é muito imprevisível e muito difícil de dirigir. Foi um pesadelo durante toda a corrida, esperamos corridas no seco e vamos tentar ir melhor — complementou o piloto da Ferrari, que, a três provas do fim do campeonato, ainda luta pelo título de construtores com Ferrari e RBR.

O monegasco Charles Leclerc, também da Ferrari, que terminou na 5ª colocação, lamentou o ritmo da corrida sob a chuva intensa.

— A velocidade não estava aqui hoje. Na classificação até que não foi tão ruim com os novos pneus, pouca gasolina, mas na corrida passamos muito longe. E pior do que passar longe, o carro estava extremamente difícil de dirigir, de não cometer erros.

Estreante na temporada 2024, o britânico Oliver Bearman, teve uma performance particularmente negativa, depois de ter sido chamado às pressas para substituir o dinamarquês Kevin Magnussen, companheiro de Haas, que se sentiu mal e não participou das atividades no fim de semana.

Bearman tocou em adversários e saiu do traçado da pista em certos momentos e admitiu, em entrevista, que cometeu muitos erros e enfrentou uma prova difícil.

— É difícil porque não fiz uma corrida muito boa e cometi muitos erros. Para ser melhor e pontuar, eu precisava ficar na pista o tempo todo e, infelizmente, não fiz isso. Cometi alguns erros. Eram condições definitivamente difíceis.

— Foi um fim de semana louco, isso com certeza. Principalmente, com o clima diferente. Foi sido impressionantemente estranho, mas é bom para eu aprender coisas novas. Fazer uma corrida na pista molhada é raro, então preciso aproveitar ao máximo todas elas.

A F1 retorna na madrugada do dia 24 de novembro com o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos.

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